Já parou para pensar que isolando milhões de crianças, adultos e idosos em suas casas, a pandemia de coronavírus de repente tirou boa parte do suporte que mães e pais tinham para criar seus filhos?
Desde 2018, as psicólogas Isabelle Roskam e Moïra Mikolajczak, da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, começaram o maior estudo global já feito sobre “burnout parental”, um adoecimento decorrente dos desafios de ser mãe ou pai.
“Na pandemia, o problema é que a balança de muitos pais ficou desequilibrada, com mais estresse: você não tinha as escolas (presenciais), mas também em alguns casos precisou fazer trabalho remoto; não pôde mais ter a ajuda dos avós em algum dia da semana; não teve mais atividades de lazer e extracurriculares que ajudavam a dar conta da criança”, disse a Roskan.
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Mais pesquisas
Com mais estudos feitos durante o período da pandemia analisando 42 países, as pesquisadoras argumentaram que houveram evidências de que o burnout parental aumentou sim na pandemia.
Assim, as especialistas ressaltaram e concluíram que esse não é um momento de ser o melhor pai e mãe individualista, ressaltando que é necessário pedir ajuda quando necessário.
“Uma coisa que aprendemos no nosso estudo global é que uma das consequências do individualismo é que ele isola os pais. Porque segundo esta cultura, você tem que ser autosuficiente, pedir ajuda seria como admitir que não é capaz de criar os filhos. Em contraste, em alguns países africanos, diz-se que é preciso um vilarejo inteiro para criar crianças.Acredito que uma forma de evitar o burnout parental é confiando na comunidade dos pais. Então sim, acho que precisamos ir em direção a uma criação de filhos muito mais comunitária.”, finalizou Isabelle.