Hoje em dia, as gravidezes estão acontecendo cada vez mais tarde, por uma série de fatores. E, na teoria, está tudo bem, afinal até a menopausa as mulheres conseguem engravidar, mas, claro, as chances vão diminuindo drasticamente conforme a idade vai passando.
Isso ocorre, principalmente, por conta da diminuição dos ciclos ovulatórios que são consequências da queda dos níveis hormonais. Além disso, os hormônios têm importância não só quando a mãe deseja engravidar, mas também durante toda a gestação, já que eles garantem a saúde do bebê.
A tireoide, por exemplo, produz dois hormônios: a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Esses hormônios são essenciais para a saúde da mãe e do feto na gestação. “Na mãe, as disfunções da tireoide podem alterar a pressão arterial e aumentar o risco de abortos e partos prematuros”, explica Dra. Lorena Lima Amato, endocrinologista.
Por isso, muito se comenta sobre a necessidade de uma reposição hormonal, antes ou até durante a gestação.
Mas reposição hormonal é realmente necessária na gravidez depois dos 40?
A especialista, portanto, explica que, na maioria dos casos, na gravidez tardia, depois dos 40, necessita de uma reposição hormonal. Assim, busca garantir a saúde da mãe e bebê.
Apesar disso, ela revela: “Uma mulher com um pouco mais de idade precisará de uma dose de progesterona para ajudar no momento da gravidez, na implantação do embrião, mas a reposição hormonal não ajudará a engravidar”. “No entanto, se você receita o estrogênio, dependendo da dose, que é o hormônio que usado na terapia de reposição hormonal, ele pode inibir a gravidez”.
No entanto, a médica revela que os hormônios são apenas alguns dos riscos que a gestação depois dos 40 pode enfrentar. Para o bebê as chances de alterações cromossômicas e síndromes aumentam. Para a mulher o risco de desenvolver diabetes gestacional, a hipertensão, além de outros fatores que ficam mais complexos com o passar dos anos.
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Sobre a Dra. Lorena Lima Amato
A especialista é endocrinologista e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria.