Luva capaz de identificar pesticidas em alimentos é desenvolvida por pesquisadores da USP

A luva criada por cientistas da USP é capaz de detectar quatro tipos de pesticidas

Luva é capaz de detectar pesticidas em alimentos – Foto: Nathalia Gomes/USP

Se tem algo que acompanha muito dos alimentos que param em nossas mesas, são substâncias tóxicas para o organismo humano. Em diversos plantios são utilizados pesticidas dos mais variados tipos, já que essa substância é utilizada para destruir ou prevenir “pragas”, conforme o National Pesticide Information Center

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Mas, já pensou se uma luva pudesse identificar quantidades dessas substâncias em alimentos? Foi exatamente isso que cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram, em que basta inserir a ponta do dedo com o material em bebidas, frutas, legumes e verduras. No estudo, foi destacado que projeções multidimensionais foram demonstradas com um simples toque. 

Isso acontece porque a luva possui sensores – três eletrodos – que detectam quatro tipos de pesticidas: carbendazim, diuron, fenitrotiona, paraquate. Esses sensores são instalados nos dedos indicador, médio e anelar, e para detectar as substâncias é preciso inserir um dedo por vez

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LUVA QUE IDENTIFICA PESTICIDAS MANDA DADOS PARA SOFTWARE NO CELULAR

“O sensor no dedo anelar usa uma técnica mais rápida. Ele é composto por um eletrodo de carbono funcionalizado, enquanto os dos outros dois dedos por eletrodos modificados com nanoesferas de carbono (dedo indicador) e carbono printex, um tipo específico de nanopartícula de carbono (dedo médio). Após a detecção, os dados são analisados por um software instalado no celular, explica o químico que liderou o estudo, Paulo Augusto Raymundo-Pereira à Agência FAPESP. 

Luva identifica pesticidas em alimentos
Imagem: Reprodução/Paulo A.Raymundo-Pereira et al.

Além de causar danos à saúde humana, pesticidas são prejudiciais ao meio ambiente. Uma pesquisa publicada na Nature Geoscience mostrou que os locais com grande biodiversidade fazem parte de 34% de áreas de alto risco, em que a qualidade de fontes de água podem ser deterioradas e os ecossistemas podem entrar em desequilíbrio

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Conforme o pesquisador Raymundo-Pereira, a patente da luva está sendo negociada com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). “Os sensores custam menos de US$ 0,1. O custo principal é a luva. Usamos uma luva nitrílica porque é menos porosa que a de látex. Com a pandemia, o preço dela disparou. E o custo individual subiu. Mas, ainda assim, o dispositivo que criamos é um produto muito barato. Mais acessível que os testes feitos atualmente”.