5 práticas que evitam doenças bucais e mau hálito por conta do uso da máscara na pandemia

Por fatores como o mau hálito causado pelo uso das máscaras e o impacto das doenças periodontais nos quadros graves de Covid-19, a pandemia causou grande mudança na maneira como muitos realizam a rotina de higiene da cavidade oral

5 práticas que evitam doenças orais e mau hálito por conta do uso da máscara na pandemia – Foto de Kampus Production no Pexels

A pandemia do Coronavírus causou uma série de impactos em nossa sociedade e em nosso estilo de vida. Diversos setores foram afetados de forma negativa e também positiva. A boa notícia é que, com as campanhas de vacinação a todo vapor, o fim desse momento de incertezas parece estar cada vez mais próximo. Apesar disso, as influências desse período parecem ter chegado para ficar. Por exemplo, no âmbito da saúde oral, fatores como o mau hálito causado pelo uso das máscaras e as evidências crescentes do impacto das doenças periodontais nos quadros graves de Covid-19 mudaram significativamente a maneira como fazemos nossa rotina de higiene oral, que passou a contemplar etapas que antes não eram comumente realizadas.

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Para saber mais sobre essas mudanças consultamos o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor pela USP, que explicou de que forma a pandemia do Coronavírus influenciou em nossa higiene oral diária.

Confira:

A língua passou a receber mais atenção

Como a máscara de proteção contra o Coronavírus dificulta a respiração, as pessoas têm uma maior tendência em respirar pela boca em vez do nariz, o que faz com que a boca fique seca. “A boca seca, em conjunto com a falta de higienização, é o fator que mais favorece a formação da saburra lingual e, consequentemente, a alteração do hálito, pois a falta de umidade na boca causa a descamação do tecido da mucosa, que acaba se alojando na língua”, diz o especialista. E a melhor estratégia para evitar o mau hálito durante o uso das máscaras é potencializar a higienização da língua para remover essa saburra.

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Beber água também passou a ser considerada uma medida de higiene oral

Além de impedir que a boca fique seca, prevenindo assim o mau hálito provocado pelo uso das máscaras, beber água ao longo do dia também ajuda a manter a área da boca limpa e remover quaisquer partículas de alimentos que possam permanecer nos dentes e gengivas e provocar doenças periodontais.

“Por isso, você deve beber um pouco de água após cada refeição para enxaguar qualquer partícula de alimento e também após cada café para que a cafeína não penetre em sua boca e na sua língua, causando mau hálito e manchas”, recomenda o cirurgião-dentista.

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Os enxaguantes bucais deixaram de ser itens opcionais

A saliva ganhou atenção com a pandemia, já que, apesar de proporcionar diversos benefícios para a saúde oral, abriga milhões de microrganismos, sendo assim um meio de transmissão de vírus e bactérias. “É justamente pela secreção de saliva na região, combinada a sua localização em relação ao sistema respiratório, que a cavidade se tornou um ponto focal importante para a infecção pelo SARS-CoV-2”, explica o Dr. Hugo. Por esse motivo, medidas capazes de controlar a quantidade desses microrganismos na saliva ganharam destaque.

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A importância do fio dental e da escova interdental ficou ainda mais clara

A escovação é a principal medida de prevenção contra a gengivite, doença causada pelo acúmulo de placa bacteriana sobre os dentes, que, se não tratada, pode evoluir para a periodontite, condição que tem sido associada ao surgimento e piora de condições sistêmicas que figuram como fator de risco para casos graves de COVID-19. “Gengivas inflamadas, infecções orais e problemas periodontais geram a liberação de citocinas na corrente sanguínea que causam um processo inflamatório até mesmo em órgãos distantes, promovendo assim o desenvolvimento de condições como diabetes, Alzheimer, aterosclerose, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares”, destaca o especialista. Porém, apenas a escovação não é o suficiente para prevenir a gengivite, já que a escova convencional não consegue remover adequadamente a placa bacteriana que se deposita entre os dentes. “Enquanto o fio dental auxilia na remoção de detritos alimentares e pontos de contato muito apertados, a escova interdental realiza a desorganização da placa bacteriana nas irregularidades e depressões interdentais que o fio dental não consegue higienizar”, afirma.

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Os benefícios do uso odontológico de ácido hialurônico vieram à tona

Além de favorecer o surgimento de comorbidades associadas à COVID-19, as doenças periodontais também estão relacionadas a um maior índice de mortalidade por COVID-19. “Estudos apontam que a secreção aumentada de citocinas pró-inflamatórias provocada pela doença periodontal é um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento da Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto, que, junto a outras desordens respiratórias severas, é a principal causa de morte entre pacientes com COVID-19”, alerta o cirurgião-dentista. Daí a importância de buscar o tratamento dessas doenças o quanto antes. E, nesse cenário, cada vez mais estudos têm demonstrado a aplicação tópica de ácido hialurônico de alto peso molecular como uma opção terapêutica efetiva para impedir a progressão da periodontite e, consequentemente, seu impacto nos casos de COVID-19. “O ácido hialurônico é capaz de auxiliar na reparação de tecidos e cicatrização de diversos tipos de feridas, além de reduzir a inflamação e a concentração de citocinas pró-inflamatórias e retardar a passagem de vírus e bactérias, sendo assim um importante coadjuvante no tratamento de doenças periodontais”, ressalta o Dr Hugo, que explica que já é possível encontrar no mercado brasileiro produtos odontológicos formulados com ácido hialurônico especificamente pensados para o tratamento das doenças periodontais.

Editora Viva Saúde