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Seu filho tem ”medo” da comida? Entenda como lidar com a neofobia alimentar infantil

Published 11/08/2021

Seu filho tem ''medo'' da comida? Entenda como lidar com a neofobia alimentar infantil - Freepik

Neofobia alimentar infantil é quando a criança sente medo de um alimento novo. A própria palavra explica o significado, pois ‘neo é novo e ‘fobia’ é medo. Você já viu alguma criança que rejeite os alimentos que não conhece ou que tenha crises de stress na hora das refeições?

O processo da criança não aceitar todos os alimentos no primeiro momento é natural, ainda mais em situações de alimentos não tão atrativos, como legumes e verduras, porém o quadro pode evoluir para um transtorno alimentar.

Geralmente, a neofobia acontece com crianças de 3 a 6 anos, fase após a introdução alimentar. “Esse medo em relação ao alimento impede que ela o segure na mão, sinta o cheiro e até mesmo o gosto. Ela tem medo de qualquer contato com a comida. Ela só vai aceitar o alimento quando sentir segurança e confiança”, explica a nutricionista infantil Camila Garcia.

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Segundo a especialista em alimentação infantil, a seletividade alimentar e a neofobia são confundíveis pelos pais já que ambas são transtornos alimentares nos quais a criança recusa os alimentos. A nutricionista explica que a primeira é mais fácil de superar e pode aparecer em algumas fases quando a criança não come alguns alimentos. Por outro lado, a neofobia é mais séria, pois a criança realmente tem medo na hora da refeição. O diagnóstico e a ajuda da família são fundamentais para facilitar a reversão dos casos.

“É importante que em ambos os casos os pais não encarem como uma fase e que isso vai passar. Pode até ser uma fase, mas esperar passar sem fazer nada não ajudará a criança. Existe tratamento, mas não será de um dia para o outro que ela vai começar a aceitar os alimentos novos. Exige dedicação, paciência e tempo de toda família”, explica. 

Para Camila, o papel da família é fundamental para que não fique nenhum trauma na criança no futuro. “O distúrbio alimentar é tão sério para algumas crianças que elas chegam a ficar traumatizadas, com medo de colher ou sem querer sentar no cadeirão, por exemplo. Por isso é importante não forçá-la a comer. Se isso acontecer e ela comer chorando ou nervosa, ela pode estabelecer uma relação de que comer é ruim e não será saudável para os hábitos alimentares saudáveis que ela deve ter.”, aponta.

Qual a diferença entre seletividade alimentar e neofobia?

A seletividade é quando a criança, por alguma razão, não come um ou mais grupos alimentares. Os 5 grupos alimentares são: proteína, leguminosas, verduras, legumes e carboidrato. De acordo com a nutricionista, o ideal é que o prato da criança contenha um alimento de cada grupo para ser uma refeição completa e balanceada, com todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento do bebê. 

“Antes de qualquer medo, lembre que seu filho pode não gostar de algum alimento, assim como você. A seletividade é não comer uma grande parte dos alimentos do grupo. Caso ela não coma uma beterraba, por exemplo, mas cenoura, chuchu e abobrinha, ela não é seletiva – apenas possui uma recusa com algum alimento. É preciso observar se a criança tem preferência por alguns alimentos, porque não comer uma grande parte é perigoso”, afirma Camila.

A neofobia é quando a criança não come nada do que ela está mais acostumada. As reações podem ser uma cara feia e expressão de nojo à ânsia de vômito e crises de aversão, como sair correndo da mesa.

E quais as razões para desenvolver a neofobia?

Camila explica muitos fatores podem acarretar o desenvolvimento da neofobia alimentar nas crianças. Entre eles: 

Como tratar a neofobia:

“O tratamento existe, não é de uma dia para o outro e nem sem a disposição dos pais de educar os filhos”, avalia Camila. A nutricionista explica que demora mais para superar a neofobia que a seletividade alimentar. 

A nutricionista ainda alerta: “A neofobia é um transtorno que merece total atenção e precisa de tratamento quanto antes. Com o tempo, pode deixar a criança desnutrida e com baixo índice de vitaminas, micronutrientes e imunidade”.

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