A pandemia da covid-19 trouxe com ela não apenas a doença, mas vários fatores que podem favorecer alterações na condição de saúde mental como, por exemplo, desinformação ou propagação de notícias falsas, além da necessidade de distanciamento social. Esses fatores também afetaram diretamente os idosos, ao serem colocados em situação de vulnerabilidade ao vírus, além dos efeitos psicológicos da pandemia e quarentena. É o que dizem os autores do estudo ‘Covid-19: Implicações e desafios para a saúde mental do idoso’, Dr. Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito e Maria Clea Marinho Lima, graduanda em medicina pela Universidade de Aquino Bolívia (UDABOL).
Segundo a pesquisa, ainda não se tem números concretos sobre o impacto e o estado de saúde mental dos idosos durante o surto da Covid-19, e dados que abordam o impacto de epidemias anteriores nesta faixa etária também são escassos. No entanto, por fazerem parte do grupo de risco para o contágio, os idosos podem sim desenvolverem alterações emocionais motivadas pela ansiedade e o medo de contaminação e também do desconhecido.
“O trabalho foi desenvolvido para atender essa necessidade, avaliar as implicações e desafios da saúde mental do idoso. Pacientes com confirmação ou suspeita da doença podem sentir medo das consequências da infecção, que pode ser fatal. Os que estão em quarentena podem sentir tédio, solidão e raiva. Além disso, sintomas da infecção podem levar ao agravamento da ansiedade”, afirmou Dr. Fabiano.
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QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS PARA PRESERVAR A SAÚDE MENTAL DOS IDOSOS?
Para lidar com a crise da saúde mental, o envelhecimento populacional e a crescente demanda por serviços adequados existe a necessidade de qualificação dos profissionais de saúde, implementação de uma abordagem de equipe multidisciplinar, fornecendo tratamentos psiquiátricos, utilizando plataformas de aconselhamento online e programas de reabilitação.
“Essas estratégias são consideradas importantes para a manutenção da funcionalidade, preservação e melhora do desempenho cognitivo e da qualidade de vida, respeitando a individualidade de cada idoso e a atenção integral à saúde”, destacou Maria.
O estudo diz ainda que é necessário um olhar especial, no que se refere ao suporte de apoio familiar, facilitando que as tomadas de decisões relacionadas à execução das estratégias necessárias sejam feitas junto com o idoso.
Sobre o Dr. Fabiano de Abreu Agrela
Ele é PhD, neurocientista, mestre em psicanálise, biólogo, historiador e antropólogo, além de possuir outras formações. Além disso, é membro da Society for Neuroscience nos EUA e da Redilat, rede de cientistas latino-americanos, também é professor e cientista na Universidad Santander e Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International.
Sobre Maria Clea Marinho Lima
Graduanda em medicina pela Universidade de Aquino Bolívia (UDABOL), psicóloga com especialização em neurociências, neuropsicologia e análise do comportamento aplicada (ABA).
Hospital Universitário Martin Dockweiler.