Parto na água alivia dor e apresenta outros benefícios, diz estudo

O nascimento de um bebê um dos momentos mais esperados – e temidos – para muitas gestantes. A opção pelo parto na água se torna uma alternativa. De acordo com uma pesquisa, publicada na revista científica Healthcare, o método alivia a dor. Além disso, pode reduzir as chances de uma cesárea e o risco de laceração do períneo. “Vários estudos, assim como esse agora, têm demonstrado que realmente a imersão em água controla o mal-estar e prolonga o início da analgesia”, apontou o obstetra Rômulo Negrini, à Agência Einstein.
Assim, pesquisadores da Espanha analisaram dados de 1.134 grávidas de baixo risco. A partir dessas informações, eles decidiram se focar em dois métodos analgésicos: a imersão na água e a analgesia epidural, ambos utilizados por metade das mulheres. Desta forma, os especialistas obtiveram que o grupo que optou pelo anestésico teve quase 40 chances a mais de realizar uma cesárea. Enquanto isso, as mulheres que deram à luz na água demonstraram maior probabilidade de passar por um parto normal.
Além disso, essas grávidas tiveram a possibilidade de manter o períneo (região entre a vagina e o ânus) intacto. A pesquisa ainda mostrou que a imersão auxiliou na redução das internações na UTI neonatal e na melhora da pontuação de Apgar – teste que avalia o estado geral do bebê.
Apesar dos resultados positivos, especialistas afirmam que o método pode apresentar riscos.“Realmente, promove o alívio da dor e menos laceração do canal de parto, como esse estudo mostrou. Mas a nossa preocupação é em relação ao risco de infecção do bebê, pois a água não é estéril e a mulher pode fazer xixi e cocô dentro da banheira, contaminando o líquido”, explicou o médico. Por isso, o Ministério da Saúde orienta os hospitais a utilizá-la somente durante a primeira fase do parto.