Na última semana, aconteceu o congresso da Asco (Sociedade de Clínica Oncológica Americana), em Chicago, nos Estados Unidos. E assim, como todo ano, o evento foi responsável por reunir os estudos mais recentes sobre o câncer e seu tratamento.
As maiores descobertas desta edição foram, portanto, novas abordagens que reduzem os efeitos colaterais dos pacientes em tratamento, além de um maior conhecimento sobre quando, ou não, fazer intervenções mais invasivas, como a quimioterapia.
Pesquisas questionam a viabilidade do tratamento, dado que eles fornecem eficácia contra o câncer, mas causa prejuízos a vida do paciente que sofre com seus intensos danos colaterais: “Conseguimos estratificar e poupar pacientes de quimioterapia quando algum biomarcador não está presente. Com isso, ganhamos ferramentas para dar segurança e descalonar tratamento em cânceres muito comuns”, garante Angélica Nogueira Rodrigues, doutora do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Nesta área, se destacaram, além disso, uma pesquisa que estudou a presença de um DNA “oculto” nos pacientes com câncer colorretal — que quando negativos no sangue, desconsideram a necessidade de uma terapia alternativa pós-cirurgia — e outro estudo que computou o baixo risco de liberar pacientes com câncer de mama acima de 70 anos de realizarem a quimio/radioterapia.
Estudos sobre remissão do câncer se destacam
Um outro estudo mais promissor analisa com mais profundidade e se destaca pelos avanços sobre a remissão do tumor, visto que registrou o caso de 12 pacientes, todos com câncer de reto que passaram pela remissão e estão sem evidência alguma dos tumores em exames.
Todos em questão utilizaram do imunoterápico dostarlimab por seis meses e se surpreenderam quando, ao fim do tratamento, não tiveram que passar por nenhum tratamento intensivo, visto que os tumores haviam desaparecido. Comprovou-se, portanto, que o medicamento apresenta resultados ao identificar as células cancerosas, fazendo com que o sistema imunológico as destrua.
Apesar de todo sucesso, no entanto, todos os pacientes analisados, além de possuírem câncer de reto, sofrem com a Síndrome de Lynch — que garante uma predisposição para a doença.
A ideia, assim como as demais apresentadas durante o congresso da Asco, portanto, ainda é esperançosa e pretende avançar para pacientes da doença, em geral.