A nossa resposta imunológica é altamente influenciada por nossos genes, sabia?
“Ela é executada por proteínas e enzimas que não atuam sozinhas, pois fazem parte de um complexo enzimático que precisa de diversos cofatores, diversas vitaminas e minerais como: zinco, magnésio, vitamina E, vitamina C, vitamina D, vitamina B12 etc. O interessante é que a nossa necessidade de vitaminais e minerais, fundamentais para a resposta imune, é influenciada pelo nosso estilo de vida e pelos nossos genes. Alguns indivíduos, dependendo dos seus genes, têm uma necessidade muito maior de B12, zinco, folato, magnésio, etc”, afirmou o geneticista Dr. Marcelo Sady.
No final do ano passado, um estudo na Sardenha, ilha italiana muitas vezes descrita como um microcontinente, e um lar de árvores genealógicas genéticas geograficamente isoladas que têm mais de oito mil anos com pouca mistura de populações externas, trouxe uma nova luz sobre a relação da genética com doenças e imunidade.
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A pesquisa foi publicada na Nature Genetics e apoiada pelo National Institute of Aging (NIA), ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. O projeto SardiNIA já identificou associações de genes com muitas variáveis que podem contribuir para anemia, doenças cardíacas e renais.
Usando estudos de associação de todo o genoma de amostras de sangue de voluntários, a equipe de pesquisadores esclareceu a influência de cerca de vinte e dois milhões de variantes de DNA nos níveis sanguíneos de um número sem precedentes (mais de setecentas) de variáveis ou características de células imunológicas.
“A equipe encontrou cerca de 120 correlações independentes significativas ou sinais de mudanças específicas no DNA que afetam mais de 450 características celulares e identificou outras moléculas importantes na regulação da célula imunológica”, explicou o geneticista.
E, no geral, este estudo expandiu em cerca de 80% o número de associações genéticas conhecidas com características de células imunes. Cerca de metade desses sinais genéticos também se sobrepõem a sinais associados a doenças relatados anteriormente, principalmente para distúrbios autoimunes.
Conclusão
“Essa varredura genética também revelou casos em que uma droga conhecida afeta o risco de várias doenças ou de vários tipos de células imunológicas diferentes, às vezes em direções opostas. Os dados, portanto, forneceram uma compreensão mais clara dos mecanismos subjacentes a essas associações e ajudaram a explicar a eficácia, falha e efeitos colaterais de alguns tratamentos”, explicou o Dr. Marcelo.
Ao fornecer uma melhor compreensão biológica de como as doenças autoimunes se desenvolvem, essas descobertas podem informar o desenvolvimento de tratamentos.
“Os resultados também podem orientar análises futuras de como células e moléculas imunológicas específicas interagem em doenças autoimunes, como esclerose múltipla, lúpus, artrite reumatóide, colite ulcerativa e diabetes tipo 1. Isso abre a possibilidade de tratamentos mais efetivos”, finalizou o geneticista.