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Estudos do genoma na Sardenha, ilha associada à longevidade, traz nova luz sobre doenças e imunidade

Published 03/05/2021

Estudos do genoma na Sardenha, ilha associada à longevidade, traz nova luz sobre doenças e imunidade - Freepik

A nossa resposta imunológica é altamente influenciada por nossos genes, sabia?

“Ela é executada por proteínas e enzimas que não atuam sozinhas, pois fazem parte de um complexo enzimático que precisa de diversos cofatores, diversas vitaminas e minerais como: zinco, magnésio, vitamina E, vitamina C, vitamina D, vitamina B12 etc. O interessante é que a nossa necessidade de vitaminais e minerais, fundamentais para a resposta imune, é influenciada pelo nosso estilo de vida e pelos nossos genes. Alguns indivíduos, dependendo dos seus genes, têm uma necessidade muito maior de B12, zinco, folato, magnésio, etc”, afirmou o geneticista Dr. Marcelo Sady.

No final do ano passado, um estudo na Sardenha, ilha italiana muitas vezes descrita como um microcontinente, e um lar de árvores genealógicas genéticas geograficamente isoladas que têm mais de oito mil anos com pouca mistura de populações externas, trouxe uma nova luz sobre a relação da genética com doenças e imunidade. 

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A pesquisa foi publicada na Nature Genetics e apoiada pelo National Institute of Aging (NIA), ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. O projeto SardiNIA já identificou associações de genes com muitas variáveis ​​que podem contribuir para anemia, doenças cardíacas e renais.

Usando estudos de associação de todo o genoma de amostras de sangue de voluntários, a equipe de pesquisadores esclareceu a influência de cerca de vinte e dois milhões de variantes de DNA nos níveis sanguíneos de um número sem precedentes (mais de setecentas) de variáveis ​​ou características de células imunológicas. 

“A equipe encontrou cerca de 120 correlações independentes significativas ou sinais de mudanças específicas no DNA que afetam mais de 450 características celulares e identificou outras moléculas importantes na regulação da célula imunológica”, explicou o geneticista.

E, no geral, este estudo expandiu em cerca de 80% o número de associações genéticas conhecidas com características de células imunes. Cerca de metade desses sinais genéticos também se sobrepõem a sinais associados a doenças relatados anteriormente, principalmente para distúrbios autoimunes.

Conclusão 

“Essa varredura genética também revelou casos em que uma droga conhecida afeta o risco de várias doenças ou de vários tipos de células imunológicas diferentes, às vezes em direções opostas. Os dados, portanto, forneceram uma compreensão mais clara dos mecanismos subjacentes a essas associações e ajudaram a explicar a eficácia, falha e efeitos colaterais de alguns tratamentos”, explicou o Dr. Marcelo.

Ao fornecer uma melhor compreensão biológica de como as doenças autoimunes se desenvolvem, essas descobertas podem informar o desenvolvimento de tratamentos. 

“Os resultados também podem orientar análises futuras de como células e moléculas imunológicas específicas interagem em doenças autoimunes, como esclerose múltipla, lúpus, artrite reumatóide, colite ulcerativa e diabetes tipo 1. Isso abre a possibilidade de tratamentos mais efetivos”, finalizou o geneticista.

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