Dia Mundial de Combate ao Câncer: Cinco atitudes que ajudam a evitar a doença
Estilo de vida saudável tem papel essencial na prevenção; oncologista destaca medidas simples que fazem a diferença

Estilo de vida saudável tem papel essencial na prevenção; oncologista destaca medidas simples que fazem a diferença
No Dia Mundial do Combate ao Câncer, vale lembrar que a prevenção ainda é uma das principais armas contra a doença. Embora a genética tenha sua parcela de influência, a ciência já comprova que os hábitos de vida impactam diretamente no risco de desenvolver tumores. Para o oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, os fatores ambientais e comportamentais podem pesar mais do que a herança genética.
“O câncer surge a partir de alterações no DNA das células, e essas mutações podem ser causadas por uma série de fatores externos, como má alimentação, poluição, tabagismo e estresse. Por isso, investir em um estilo de vida saudável é essencial”, explica o especialista. A seguir, ele lista cinco atitudes práticas que contribuem para a prevenção da doença.
Adotar uma dieta equilibrada é fundamental. Isso porque doenças metabólicas como obesidade, diabetes e colesterol alto estão associadas ao aumento do risco de pelo menos 13 tipos de câncer.
“O excesso de gordura corporal, principalmente na região abdominal, está ligado a processos inflamatórios e desequilíbrios hormonais que favorecem a formação de tumores”, afirma Dr. Ramon. Além disso, o médico recomenda o aumento do consumo de vegetais, frutas e fibras, que contribuem para a saúde intestinal e o equilíbrio do organismo.
Embora o estresse, por si só, não cause câncer, ele pode influenciar negativamente o sistema imunológico e levar a comportamentos prejudiciais, como sedentarismo e má alimentação.
“Manter o equilíbrio emocional é essencial para a qualidade de vida e pode impactar até mesmo o sucesso do tratamento oncológico”, destaca o médico. O apoio de familiares e amigos também faz a diferença nesse processo.
O tabagismo continua sendo uma das principais causas de câncer de pulmão, mas seus efeitos nocivos vão além: também está relacionado a tumores na bexiga, boca, colo do útero e outros.
“O cigarro contém mais de 50 substâncias carcinogênicas. Já os cigarros eletrônicos, os chamados vapes, também representam risco elevado por causa dos produtos químicos presentes no vapor inalado”, alerta Dr. Ramon.
A exposição à poluição atmosférica está entre os fatores de risco menos lembrados, mas igualmente perigosos. Substâncias tóxicas provenientes de veículos, indústrias e até da queima de carvão aumentam a chance de mutações celulares.
“Câncer de pulmão, estômago e até de sangue podem estar ligados à poluição. Sempre que possível, evite locais muito poluídos e use máscaras para proteção”, recomenda o oncologista.
Ao contrário do que muitos pensam, não existe uma dose segura para o consumo de bebidas alcoólicas. O álcool é uma substância inflamatória que pode danificar as células e causar mutações no DNA.
“Câncer de fígado, mama, cólon e cabeça e pescoço estão entre os tipos mais associados ao álcool. Por isso, o ideal é evitar completamente a ingestão”, orienta o médico.
FONTE: Dr. Ramon Andrade de Mello
Médico oncologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, pesquisador honorário da Universidade de Oxford e pós-doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust. Atua em hospitais como Albert Einstein e Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Instagram: @dr.ramondemello