Um estudo recente, publicado na revista científica British Journal of Nutrition, revelou a importância de uma alimentação saudável para saúde mental, além da física.
Analisando cerca de 500 pessoas, a pesquisa, portanto, concluiu que aqueles que comem frutas regularmente são menos propensos a relatarem sintomas de depressão. Em contraponto, aqueles que se alimentam com industrializados, registraram níveis mais elevados de ansiedade, depressão e estresse.
Apesar dos resultados, muito se questionou sobre erros na pesquisa, já que algumas pessoas buscam nas comidas gordurosas e doces uma fonte para aliviar esses sintomas. A nutricionista e pós-graduanda em neurociência comportamental, Thaisa Leal, explica, então, porque essa crença é errada.
Especialistas explicam porque alimentação saudável previne doenças mentais
“É importante buscar ajuda profissional e entender que isso [comer para se livrar da ansiedade] é algo momentâneo, provocado pela explosão de dopamina e serotonina do cérebro, decorrente do excesso de consumo de açúcar. A dopamina é o mesmo hormônio liberado quando alguém consome alguma droga e quando esse pico baixa no sangue, há sensação de culpa e aumento do desejo por aquele bem-estar momentâneo novamente, causando dependência e vício em açúcar”, explica.
Por isso, não se deve entender que a alimentação descontrolada auxilia no alívio de sintomas de ansiedade, depressão, estresse, entre outros. Pelo contrário, o consumo dessas comidas acaba provocando ainda mais o aumento desses, causando ainda mais problemas para aquele paciente.
* Leia também:
Por fim, a nutricionista auxilia afirmando ser preciso entender o ponto de origem do sentimento antes do consumo descontrolado de comidas não saudáveis. “É importante focar na necessidade de conforto em outras coisas e entender que a comida não vai suprir o que a gente precisa”, garante Thaisa.
Assim, o médico psiquiatra Alexandre Valverde relata alimentos que podem ser saudáveis, não só para o corpo, mas também para a mente. “Alimentos com o aminoácido triptofano têm um grande potencial em gerar um efeito positivo no cérebro e, consequentemente, reduzir a ansiedade”, conta.
Na lista desses alimentos estão, portanto: a banana, o ovo, leite, chocolate amargo, queijo, amêndoas, arroz integral, mel, nozes, sementes e grãos, segundo estudo publicado na revista Research, Society and Development.
**
Sobre as fontes
Thaisa Leal é nutricionista formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e pós-graduanda em Neurociência comportamental. Thaisa Leal busca a democratização da informação sobre a alimentação saudável, de forma a passar informações que parecem difíceis de forma descontraída e de fácil entendimento e na linguagem do público. Para isso, a especialista criou um canal no Youtube, além de lançar dois e-books, com conteúdos que mostram que ser saudável pode ser muito mais gostoso, fácil e barato do que se imagina.
Alexandre Valverde é médico psiquiatra formado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atende de forma online pacientes de todo o Brasil. Especialista em comportamento e doenças psíquicas, Alexandre busca auxiliar as pessoas que estão se descobrindo como ansiosas, depressivas e outros transtornos. Alexandre foi auto-diagnosticado com autismo e tdah aos 42 anos de idade e utiliza isso como fonte para auxiliar outras pessoas no processo.