Beleza e maturidade: mulheres ressignificam o envelhecer com leveza, naturalidade e autocuidado
Nova geração aposta na harmonia facial e no bem-estar como forma de expressão autêntica da própria história

Nova geração aposta na harmonia facial e no bem-estar como forma de expressão autêntica da própria história
Cada vez mais longe dos antigos padrões estéticos baseados em transformações radicais, um número crescente de mulheres maduras tem escolhido envelhecer com autonomia, equilíbrio e consciência. Em vez de apagar o tempo, elas desejam que o espelho reflita a vitalidade que sentem internamente. Essa mudança de mentalidade se traduz também em números: de acordo com dados da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), mais de 25% dos procedimentos estéticos faciais no Brasil são realizados por mulheres acima dos 45 anos – faixa etária que mais cresce nos consultórios.
Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o autocuidado deixou de ser tabu e passou a ser uma forma de reafirmação pessoal. “A mulher madura de hoje não quer parecer mais jovem. Ela quer parecer descansada, viva, com o rosto em sintonia com a energia que sente por dentro”, afirma.
Além disso, essa nova abordagem está em sintonia com a própria evolução da cirurgia plástica, como explica o Dr. Wellerson Mattioli, também membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica: “Mais do que rejuvenescer, buscamos preservar a identidade facial, respeitando proporções e oferecendo resultados naturais e elegantes”.
Para a Dra. Beatriz, essa revolução estética acompanha uma transformação mais ampla: a maneira como a mulher se posiciona diante do tempo. “Diferentemente do passado, aos 50 anos, a mulher de hoje é ativa, viaja, empreende, aprende e se reinventa. O aumento da expectativa de vida não é apenas sobre viver mais, mas sobre viver melhor”, destaca.
Nesse novo cenário, cresce o desejo de que o rosto acompanhe a energia e o bem-estar conquistados. “Trata-se de refletir no espelho a versão mais atualizada de si mesma — com suavidade, autenticidade e orgulho do próprio caminho”, complementa.
De acordo com o Dr. Paolo Rubez, também cirurgião plástico, há um amadurecimento no olhar estético. “Hoje as pacientes buscam harmonia facial e naturalidade, com intervenções que iluminem o rosto sem apagar suas características. O objetivo não é transformação drástica, mas uma renovação delicada e alinhada com quem elas são”.
Nesse contexto, os procedimentos mais buscados são os que respeitam o tempo e as particularidades de cada paciente, priorizando o bem-estar e a elegância:
Segundo a Dra. Beatriz, não se trata apenas de suavizar rugas, mas de devolver viço, frescor e uma expressão de bem-estar. “É uma abordagem integrativa, que conversa com o estilo de vida e com a saúde emocional da mulher madura”, explica.
Entre os avanços mais relevantes, o Dr. Wellerson Mattioli destaca o Deep Plane Facelift. “Essa técnica trata as camadas mais profundas do rosto, reposicionando estruturas sem tensionar a pele de forma artificial. O resultado é natural, duradouro e respeitoso com a anatomia individual do paciente.”
O Dr. Paolo Rubez complementa: “No passado, os liftings puxavam apenas a pele, o que causava o temido aspecto ‘esticado’. Hoje, com o tratamento do SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), o efeito é mais sutil e harmônico, pois reposicionamos músculos e gordura em vez de apenas remover excesso de pele”.
Além do lifting facial, outras cirurgias têm se modernizado. A rinoplastia, por exemplo, busca cada vez mais preservar a função nasal e respeitar a identidade facial. “Pacientes evitam o padrão antigo de nariz fino e arrebitado. Preferem mudanças compatíveis com sua personalidade e traços étnicos”, afirma o Dr. Rubez.
Essa tendência reflete uma mudança social e cultural no conceito de beleza, valorizando características individuais em vez da padronização.
De acordo com a Dra. Beatriz, as mulheres maduras sabem o que querem — e, principalmente, o que não querem. “Buscam equilíbrio, não transformação. E isso tem mudado o discurso da beleza”, afirma.
Hoje, a juventude deixou de ser a principal régua estética. O foco passou a ser o bem-estar, o alinhamento interno e externo, e a liberdade de escolher cuidar de si mesma de forma leve e informada.
“Cuidar do rosto aos 50 ou 60 anos não é apenas vaidade. É coerência. É ver no espelho a mulher que se sente cheia de energia por dentro”, conclui. Ainda assim, ela reforça que a avaliação com um cirurgião plástico é fundamental para identificar quais procedimentos são realmente indicados em cada caso.
Fontes:
Dra. Beatriz Lassance – Cirurgiã plástica formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro titular da SBCP, ISAPS, ASPS e do American College of Lifestyle Medicine. Instagram: @drabeatrizlassance
Dr. Paolo Rubez – Cirurgião plástico pela UNIFESP, com certificações internacionais em cirurgia plástica facial. Membro da SBCP, ISAPS, ASPS e idealizador do Migraine Surgery Academy. Instagram: @drpaolorubez
Dr. Wellerson Mattioli – Cirurgião plástico, diretor da Clínica Moderna Sculpt, com especialização em cosmiatria, cirurgia da mama e face no Brasil e no exterior. Membro da SBCP e BAPS. Instagram: @dr.mattioli