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Doping não intencional existe: acompanhamento de alto custo e falta de investimento nos atletas colabora para casos recorrentes deste tipo

Da mesma forma, o uso intencional de alguns remédios ilegais também continua nas competições; entenda a batalha contra uso de substâncias ilícitas nos jogos

A luta contra o Doping permanece no esporte – Freepik

Que as Olimpíadas Tóquio 2020 estão chamando a atenção do esporte mundial, isso todos já sabem, afinal temos os maiores atletas do mundo todo competindo pelo tão sonhado ouro olímpico. Mas, nesse meio nem tudo são flores. A luta antidoping continua. 

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Na última semana, tivemos o primeiro caso confirmado do uso dessas substâncias ilegais nos jogos, do velocista queniano, Mark Odhiambo, que testou positivo para testosterona e seus metabólitos (esteroide). A informação foi divulgada pela Agência de Controles Internacionais (ITA, na sigla em inglês) em nota divulgada no sábado, 30 de julho. 

Nesta sexta-feira, 6, a jogadora de vôlei Tandara, aposta da equipe brasileira, também não pode enfrentar a Coreia do Sul, porque foi pega em exame antidoping e precisou ser desligada da seleção brasileira feminina de vôlei na competição. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou na noite desta quinta, 5, que foi notificado sobre a suspensão provisória de Tandara por uma “potencial violação da regra antidopagem” em exame realizado em 7 de julho no centro de treinamento da CBV, em Saquarema.

Em uma rede social, a assessoria de imprensa de Tandara informou que a atleta trabalha na própria defesa e que só se manifestará após a conclusão do caso.

O motivo da desclassificação da atleta brasileira ainda não foi informado. 

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Mas, de uma vez por todas, o que é o doping?

Para compreender um pouco mais sobre o assunto, conversamos com o Dr. Guilherme Corradi, médico nutrólogo e Lifestyle Medicine especialista em Medicina do Esporte, para contar tudo sobre esse lado do esporte de mais alto nível. 

“Com o passar das décadas e avanço da medicina no esporte, muitas coisas boas são apresentadas ao mundo com novas técnicas de treino e a tecnologia de mais alta ponta para esses atletas. Mas, por outro lado, esses produtos e substâncias ficam mais potentes e silenciosos, por isso toda a fiscalização é pouca”, comenta o especialista em medicina esportiva.  

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Relembrando, o doping nada mais é que o uso de substâncias químicas que potencializam o corpo do atleta, assim dando mais força e tolerância à fadiga e muitas outras vantagens. Nesse sentido, nessa Olimpíada, a Rússia foi duramente punida nesse aspecto tendo sua federação banida dos jogos.

“O que a Rússia fez foi uma das maiores atitudes antiesportivas possível, forjar e enviar dados errados para os órgãos internacionais é queimar parte do espírito esportivo”, comenta o médico. Assim, nesses jogos no Japão, os mais de 300 atletas russos que fizeram a sua parte limpa nas competições, fazem parte do ROC (Comitê Olímpico Russo). 

Sempre é intencional? NÃO!

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Mas, no meio dessa guerra entre trapaceiros e o esporte justo, entram casos involuntários de alguns atletas, inclusive de alguns brasileiros. A ginasta gaúcha Daiane dos Santos ingeriu diurético furosemida para um tratamento estético, sem qualquer relação a desempenho no esporte, mas não foi assim que o tribunal entendeu e a suspendeu por cinco meses do esporte, na época.  

“Esses casos são muito delicados, muitas vezes você pode acabar com uma carreira de um jogador por algo que ele não quis cometer. Mas, ao mesmo tempo, boa parte dos atletas brasileiros não consegue manter esse acompanhamento médico intensivo devido ao seu alto custo, assim esses casos passam a ser mais recorrentes”, aponta o médico no cenário precário de muitos atletas no país. 

“É um perigo que eles precisam estar 100% atentos, por isso o acompanhamento se faz necessário.” conclui Guilherme.  

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Sobre Dr. Guilherme Corradi  

Dr. Guilherme Corradi – CRM-SP 133564 | RQE: 62929. Médico nutrólogo e  Lifestyle Medicine (Medicina do Estilo de Vida), especialista em Medicina do Esporte com todo o foco de sua prática clinica em performance e qualidade de vida; Dermatologia pela FAPSS-SP e Tricologia pela SBC – Sociedade Brasileira do Cabelo. É membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, da FIMS-International Federation of Sports Medicine e da ELMO – European Lifestyle Medicine Organization.

Dr. Guilherme Corradi possui procolos voltados para ganho de massa muscular e emagrecimento. Na sua clínica própria em São Paulo, atende vários famosos.