O tempo de isolamento para pacientes infectados por Covid-19 foi reduzido pelo Ministério da Saúde. De dez dias, agora a orientação é de que a quarenta seja feita em SETE dias. No entanto, pessoas que apresentarem resultado negativo do teste rápido de antígeno ou PCR, sem o uso de antitérmicos e sem a presença de febre e sintomas respiratórios, por 24 horas, poderão sair do isolamento em CINCO dias.
As novas orientações foram anunciadas pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 10. Em relação ao SÉTIMO dia, o Ministério descreve que caso o paciente não apresente sintomas, sem o uso de antitérmico, seu isolamento está liberado. A nota apenas cita a necessidade da realização de um teste nesse período se a pessoa ainda apresentar sintomas.
Tanto para o quinto dia quanto para o sétimo, aqueles que realizarem testes com resultado positivo deverão continuar isolados por ao menos dez dias, com base nas apresentações iniciais dos sintomas do paciente.
“Idealmente, deveríamos ter exames para após sete dias, nos casos leves. Já assintomáticos com mais de 24h, liberar os pacientes com teste para Covid-19 negativo”, afirma a imunologista da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Brianna Nicoletti.
Ainda, a médica cita um estudo do Japão, da National Institute of Infectious Diseases Disease sobre o período de contágio em amostras positivas da Ômicron: “Como se pode ver no trabalho acima, a transmissão entre 5-10 dias não é desprezível”.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA (SBI) SOBRE O TEMPO DE ISOLAMENTO
Em nota divulgada nesta terça-feira, 11, a Sociedade Brasileira De Infectologia (SBI) recomenda sete dias de isolamento para assintomáticos desde o diagnóstico positivo para a doença. Em relação aos sintomáticos, a SBI afirma o seguinte: “Recomendamos para os pacientes com COVID-19 sintomáticos, sete dias de afastamento em isolamento respiratório domiciliar, desde que estejam sem febre nas últimas 24 horas e com melhora dos sintomas. Para os que se mantêm sintomáticos no sétimo dia, manter o isolamento por dez dias”.
As orientações da SBI consideraram pontos como: falta de profissionais de saúde, afastados por conta da doença; falta da disponibilidade de testes; grande parte dos infectados transmitem o vírus nos primeiros sete dias de sintomas e eficácia da máscara para reduzir a transmissão.
“Acredito que, diante de nosso cenário, o melhor posicionamento sobre o tempo de isolamento é o dado hoje pela SBI”, comenta a Dra. Brianna. “Acho mais prudente que todos sejam liberados com sete dias”, complementa.
Uma questão destacada pela imunologista é em relação às máscaras. “A única coisa que não concordo seria a máscara ‘efetiva para diminuir a transmissão’, porque não temos acesso nem consciência da necessidade (e de uso correto) de máscara”. A médica cita a medida dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos: “A CDC colocou esta medida de isolamento de sete dias, mais sete dias de máscara PFF2 e N95. Não temos máscaras de boa qualidade, acesso a todos a estas máscaras e de uso de maneira adequada”.
FATORES QUE PODEM AUMENTAR A TRANSMISSÃO DO VÍRUS
Conforme a imunologista Dra. Brianna, quarentena para todos de apenas sete dias sem a avaliação adequada de casos ainda sintomáticos, além da falta de acesso às máscaras de qualidade e seu uso incorreto são fatores que podem aumentar a transmissão do vírus.