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O açúcar é um vilão? Das doenças ao prejuízo nas articulações, conheça 10 danos do consumo excessivo

Responsável por danos diretos e indiretos, o consumo excessivo de açúcar pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes

O açúcar é um vilão? Das doenças ao prejuízo nas articulações, conheça 10 danos do consumo excessivo
O açúcar é um vilão? Das doenças ao prejuízo nas articulações, conheça 10 danos do consumo excessivo – Foto de mali maeder no Pexels

Vira e mexe surge algum guru na internet travando uma verdadeira guerra contra os carboidratos. Mas será mesmo que devemos cessar o consumo desse macronutriente, que é uma excelente fonte de energia?

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“Carboidratos são macronutrientes formados por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, que podem ter outros elementos em sua composição. Também chamados de açúcares, glicídios ou hidratos de carbonos, possuem como principal função ser fonte de energia, mas também têm função estrutural. Podem ser classificados como simples e complexos, sendo os simples os que são fonte mais rápida de energia para o organismo, enquanto os complexos, além das fibras alimentares, são fontes de vitaminas, minerais, fontes naturais de antioxidantes alimentares e têm índice glicêmico mais baixos que os açúcares”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

Apesar de terem suas funções, o excesso, principalmente dos simples, pode ser prejudicial para o organismo como um todo, com danos diretos e indiretos.

Saiba os principais danos do consumo excessivo de açúcar

Doenças metabólicas: obesidade e diabetes são dois dos problemas metabólicos que surgem por consequência de alimentação rica em açúcar, principalmente de doces.

Câncer: o carboidrato em excesso também pode favorecer o surgimento de câncer.

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“As células cancerígenas, assim como todas as outras células do organismo, precisam de fontes de energia para sobreviver. Enquanto algumas células retiram essa energia do oxigênio, outras, como as células neoplásicas, utilizam como fonte de energia a fermentação do açúcar. Dessa forma, o açúcar, mais especificamente a glicose, pode impulsionar o desenvolvimento do câncer, já que alimenta as células cancerígenas, que crescem e se espalham pelo organismo”, ressalta a médica nutróloga.

Doenças renais: e os problemas metabólicos podem favorecer uma cascata de danos, segundo a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

“O açúcar em excesso também acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes – que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo. A resistência à insulina (condição típica do diabetes tipo 2) gera vasoconstrição (estreitamento de vasos) e retenção de sódio e água pelo organismo, além de endurecimento dos vasos sanguíneos – o que pode lesar os rins”.

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Envelhecimento da pele e do cabelo: o açúcar é considerado atualmente como uma das maiores drogas que consumimos, devido ao potencial vício que promove, segundo a dermatologista Dra. Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Alimentos ricos em açúcar se unem a proteínas da pele, causando o que chamamos de glicação. Quando essa ligação acontece, as moléculas de colágeno e elastina são quebradas, favorecendo o aparecimento de rugas e flacidez da pele”, diz. No cabelo, ele também causa danos, favorecendo a queda e diminuindo a taxa de crescimento dos fios.

Celulite: muita gente ainda associa problemas como a celulite e gordura localizada ao sobrepeso, mas isso tem mais relação com o padrão alimentar.

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“Ao ver uma mulher magra, não estamos realizando uma avaliação de composição corporal, sendo assim, ela pode ter alto percentual de gordura e consequente celulite. Não sabemos dos hábitos de vida dessa mulher magra e, além disso, do consumo de alimentos inflamatórios que ela ingere”, explica a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

Para celulite, além do excesso de açúcar, o de sal também é extremamente maléfico, na medida em que o sódio piora a retenção de líquidos. “Para combater essa desordem tecidual, é necessário utilizar suplementos antiglicantes como Glycoxil para reverter os danos”, explica a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos.

Fadiga e exaustão: o excesso de açúcar na dieta faz as mitocôndrias, organelas centrais da célula responsáveis pela produção de energia, perderem eficiência e reduzindo a produção de energia, segundo a Dra. Marcella.

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“A hiperglicemia (elevado nível de glicose no sangue) afeta mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Em nível celular, o estudo enfatizou que o açúcar em demasia na dieta afeta a integridade da mitocôndria, considerada o pulmão celular. Com isso, os eventos metabólicos iniciais como fadiga e cansaço podem ser indicativos do desenvolvimento do diabetes”, explica a médica nutróloga.

Prejuízos indiretos às articulações: o açúcar não é responsável direto por danos articulartes, mas indiretamente eles podem acontecer, segundo o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva.

“A ingestão aumentada de açúcar pode acarretar ganho de peso que tem efeito deletério sobre as articulações”, diz o médico. O açúcar também está ligado a fenômenos inflamatórios no organismo que pode ter repercussões articulares, segundo o especialista.

Problemas circulatórios: o açúcar em excesso pode ser amargo para o coração. Além de estar relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus, ele também é um grande vilão para o aumento de colesterol. O açúcar pode favorecer o aparecimento de problemas cardiovasculares, causando, por exemplo, o espessamento e o acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, com consequente obstrução desses vasos.

“Dependendo da artéria afetada, tal quadro pode levar ainda a incidência de infarto, derrame e problemas de claudicação, que é quando você vai caminhar e tem dificuldade de andar porque falta sangue nas pernas”, diz a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita.

Prejudica a saúde oral: o açúcar é um dos grandes vilões da saúde oral.

“Um dos principais problemas nesse sentido é a formação de cáries, que ocorre quando as bactérias da boca metabolizam o açúcar que consumimos, tornando o pH da boca ácido e, consequentemente, provocando a desmineralização do esmalte dos dentes e o aparecimento das cáries. E o pior é que o início dessa ação ocorre poucas horas após a ingestão do açúcar. Além disso, o açúcar também favorece o acúmulo de placa bacteriana que, quando não removida adequadamente, também pode ocasionar gengivite e mau hálito”, alerta o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista.

Problemas de fertilidade e da saúde gestacional: além de favorecer a obesidade, o que prejudica a qualidade e a quantidade dos espermas e o processo de ovulação, a ingestão excessiva de açúcar, por si só, já reduz as chances de um casal engravidar.

Indiretamente, segundo o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, o açúcar em excesso pode predispor quadros de obesidade, que têm forte relação com distúrbios reprodutivos.

“Essas condições estão associadas a uma maior dificuldade em engravidar, ao maior risco de abortos de repetição e problemas gestacionais”, explica o Dr. Fernando.

“Alguns trabalhos apontam que altos níveis de glicose em mães com diabetes gestacional desencadeiam mudanças epigenéticas no feto em desenvolvimento (modificações na atividade genética do feto em virtude de exposições ambientais), resultando em efeitos adversos para a saúde da criança ao longo do tempo”.

Logo, o segredo para não prejudicar a saúde é apostar na moderação, reduzindo o consumo de açúcar a, no máximo, uma colher de sopa do ingrediente por dia. Como é muito difícil reduzir de tal forma a ingestão de açúcar, até porque a maioria dos alimentos contém alguma forma da substância em sua composição, a recomendação é adotar medidas que podem ser tomadas para reduzir os danos causados pelo açúcar.

“Por exemplo, existem nutrientes como fibras, gorduras boas e proteínas que se forem ingeridos juntos com carboidratos refinados, doces e açúcares, reduzem a velocidade de digestão e absorção do açúcar no sangue, diminuindo o índice glicêmico e fazendo com que não os níveis de glicose e insulina circulantes não aumentem tão rápido”, finaliza a Dra. Marcella.