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Ainda dá para se reinventar sexualmente num contexto de isolamento social? Ginecologista fala sobre o assunto

“Buscar uma cooperação mútua sexual ou até mesmo assistindo filmes e séries com casais fictícios com relações que possam incitar a crítica e até o desejo sexual”, explica o Dr. Gerson Pereira Lopes

Ainda dá para se reinventar sexualmente num contexto de isolamento social? Ginecologista fala sobre o assunto – Freepik

“Existem as pessoas sem parceiros fixos, pessoas com parceiros fixos vivendo em casas diferentes e casais vivendo na mesma casa. Todas elas precisam buscar uma reinvenção da intimidade, para enfrentar problemas relacionados ao confinamento”, diz o Dr. Gerson Pereira Lopes, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada de Sexologia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Especialistas da entidade aconselham os casais a buscarem uma reinvenção de si próprios e das relações durante o distanciamento social.

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O especialista aponta que, diante do distanciamento social, é fundamental testar o desejo de maneira sensata e sem excessos. Seja reinventando o amor e a intimidade, e até mesmo buscando ter mais tolerância consigo e refletir sobre os próprios limites. “O casal não pode perder o carinho e o respeito. E, se um ou outro não está com vontade de ter relação sexual, é hora, por um lado, de o parceiro trabalhar o próprio corpo, como forma de autoconhecimento e autoestima. E, por outro lado, buscar uma cooperação mútua sexual ou até mesmo assistindo filmes e séries com casais fictícios com relações que possam incitar a crítica e até o desejo sexual”, esclarece Lopes.

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E quando o assunto é atividade sexual de solteiros ou casais que vivem em casas diferentes, a saúde não é menos importante. “Já é sabido que houve um aumento da adesão ao sexo virtual e aos jogos eróticos por meio de brinquedos, neste período. É importante que se tenha, por exemplo, cuidado no compartilhamento de fotos na internet, para evitar que a intimidade vaze e também buscar higienizar os brinquedos antes e depois das práticas sexuais”, explica a psiquiatra Dra. Carmita Abdo, membro da Comissão Nacional Especializada em Sexologia da Febrasgo.

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Seguir as orientações médicas e sanitárias quanto à prevenção do Covid-19, inclusive, para casais que vivem na mesma casa e dormem na mesma cama, é tão importante quanto os cuidados fora de casa.

Violência em Meio à Pandemia

Dados da ONU Mulheres indicam que diversos países registraram elevação no volume de denúncias de violência de feminicídio e doméstica contra mulheres, durante esse período de distanciamento social. No Brasil, diferentes cidades também apontam o mesmo cenário de crimes contra mulheres. Apenas no Estado de São Paulo, de março de 2019 a março de 2020, aumentaram em 44,9% casos os atendimentos da Polícia Militar às vítimas de violência, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

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“Entre casais que moram juntos, por exemplo, o homem pode querer se relacionar sexualmente para aliviar a tensão, enquanto a mulher pode não ter interesse naquele momento. E aí a violência pode acontecer. Talvez se a atividade sexual fosse melhor contextualizada pelos dois, adaptando-se às mudanças na rotina, levando em consideração que ambos já estão num equilíbrio emocional instável, o sexo aconteceria de forma mais gratificante”, defende a Dra. Carmita Abdo.

O Dr. Gerson Lopes acrescenta que também são reinventadas as maneiras de lidar com as denúncias contra abusos sexuais neste momento: “Já estamos vendo até a possibilidade de denúncia online”.

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