É necessário ter certo cuidado com a pele nos períodos mais frios do ano, na temporada de outono e inverno, sabia?
Nesse período, a pele produz menos oleosidade natural, devido à falta de luz e calor do período, então é comum o ressecamento e a sensação de incômodo na pele do rosto, que é a mais exposta ao vento e poluição.
“Durante o inverno, a pele fica mais ressecada devido à diminuição da transpiração causada pela queda da umidade do ar, além da diminuição da temperatura e dos banhos mais quentes, o que causa desestruturação da camada protetora da pele. Também temos a tendência de beber menos água, consumirmos alimentos mais gordurosos e, algumas vezes, usarmos produtos inadequados, que podem agravar os efeitos do clima”, explicou a Dra. Roberta Padovan.
Durante esse período, o clima seco também propicia o aparecimento de muitas dermatites e alergias. “A pele reflete diretamente, ficando mais avermelhada e irritada, ressecada, pelo alto grau de poluição que temos nestas temporadas, por isso são necessários cuidados especiais”, explicou a farmacêutica Maria Eugênia Ayres.
+++ VEJA TAMBÉM: ‘Skincare natural’: Abóbora, batata doce e frutas cítricas são capazes de melhorar a saúde e a beleza da pele
+++ VEJA TAMBÉM: Máscara de carvão ativado limpa profundamente a pele e controla a oleosidade; saiba como fazer
Se esse ressecamento for constante, anual, a pele pode ficar mais suscetível ao aparecimento de rugas finas, vermelhidão, coceira, descamação e rachadura de leve a graves. “A pele fica com aspecto endurecido, sem viço. Ela perde a barreira de proteção, ficando mais vulnerável a infecções”, explicou Roberta.
Essa desidratação da pele também reflete na pele do cabelo. “No inverno, devido a banhos mais quentes, uso de aquecedor, menor transpiração e menor ingestão de água, há desidratação da pele da região, o que causa ou piora a dermatite seborreica (caspa)”, explicou o Dr. Daniel Cassiano.
No caso dos lábios, o tecido que forma essa região é extremamente delicado, o que favorece o aparecimento de ressecamento e envelhecimento precoce.
“A porção dos lábios que fica exposta ao meio ambiente é formada por semimucosa, um tecido sem queratina e sensível, sem esta proteína morta que está presente na pele e tem papel de barreira protetora. Os lábios ficam expostos aos alimentos mais ácidos ou temperos como a pimenta, mudança brusca de temperatura, água quente, uso de pasta dental (muitas vezes composta por ativos mais corrosivos), ar condicionado, saliva (o que provoca uma dermatite de pele provocada pela acidez e enzimas), contato com o vento, frio e com batons ou gloss que contenham ativos sintéticos. Isso dá a sensação de secura constante, inchaço, vermelhidão e formação de crostas”, explicou o Dr. Abdo Salomão Jr.
Mas nem tudo precisa ser assim. A solução está na hidratação. “O ideal é buscar produtos cujos veículos sejam à base de Fosfolipídeos que formam uma segunda pele, protegendo de forma mais efetiva ao diminuir a perda de água por evaporação”, explicou Maria Eugênia.
“Os componentes que mais retêm a água na pele são a glicerina e o ácido hialurônico de alto peso molecular, que consegue reter até 1000 vezes o seu peso em água. Portanto, quanto maior for o seu peso molecular maior será a retenção de água”, explicou o farmacêutico Maurizio Pupo. “Para os lábios ressecados, o ideal é usar hidratantes com D-Pantenol e ceramidas. No caso da caspa, shampoos com cetoconazol e solução capilar com corticoide, sempre indicado pelo médico dermatologista”, disse o Dr. Daniel.
Além disso, a Dra. Roberta recomendou alguns cuidados, como prestar atenção no banho e maneirar na água muito quente. “Tente diminuir um pouco a temperatura ou até mesmo o tempo de banho. Isso pode atenuar os danos à pele. Optar por sabonete de ação hidratante ajuda a evitar o ressecamento. Mas os cuidados não param por aí: consuma alimentos ricos em água diariamente, como frutas ou legumes; evite a exposição ao frio e ao vento; e aplique creme hidratante, e no corpo, óleo corporal pós-banho”, afirmou a médica.
Proteção solar
Outro cuidado necessário é o uso diário (e eterno) do protetor.
“A radiação ultravioleta, também no inverno, provoca danos que comprometem a estrutura de sustentação da pele, causando o aparecimento precoce de rugas e flacidez, além das manchas como reação à fotoexposição. A orientação continua a de reaplicar o fotoprotetor de quatro em quatro horas em ambientes fechados e de duas em duas horas em fotoexposição direta. Ativos antioxidantes como Ascorbosilane C e OTZ 10 também podem ser incorporados ao protetor como forma de evitar e reverter danos, protegendo principalmente a pele contra os danos da luz visível também”, explicou Maria Eugênia.
“Como a gente sabe que as pessoas não reaplicam o protetor solar no Brasil, é importantíssimo ter as 12h de proteção, tecnologia presente em alguns produtos. Principalmente porque você não tem perda de proteção ao longo do dia”, disse Maurizio.