Reumatismo: conheça os tipos, as causas, os sintomas e os tratamentos
As doenças envolvendo o reumatismo atingem as articulações e os tecidos a elas relacionados; médica reumatologista explica
As doenças envolvendo o reumatismo atingem as articulações e os tecidos a elas relacionados; médica reumatologista explica
Reumatismo é uma nomenclatura usada para se referir a várias doenças que atingem as articulações e os tecidos a elas relacionados, como os tendões e os ossos. Além disso, os problemas reumáticos também podem atingir órgãos internos como coração e rins.
Entre as doenças reumáticas mais conhecidas está a artrose, que causa degeneração da cartilagem. “Ela acomete milhões de pessoas em todo o mundo e, por ser a doença mais frequente e acometer mais os idosos, criou-se o estigma que reumatismo é doença de idoso, mas isso não é verdade”, afirma Ingrid Moss, médica reumatologista.
Entretanto, algumas doenças de origem inflamatória, como é o caso do lúpus (doença em que o sistema imunológico ataca o próprio organismo), podem afetar pessoas mais jovens e até crianças. São problemas menos comuns que a artrose, mas requerem tratamento específico, e podem cursar com o envolvimento de outros órgãos do corpo, como olhos, pulmões, rins, dentre outros.
“No início da doença, muitos dos sintomas podem ser pouco específicos de uma ou outra forma de reumatismo, por isso é tão importante a avaliação especializada do reumatologista”, aconselha a especialista.
Uma vez que existem vários tipos de doenças reumáticas, as causas também podem ser diversas. De acordo com Ingrid Moss, de forma simplificada, as doenças reumáticas são divididas em:
As doenças podem afetar qualquer pessoa, mesmo que alguns grupos sejam mais atingidos com determinada doença. “A artrose, por exemplo, acomete mais os idosos e pessoas que convivem com sobrecarga mecânica das articulações (obesos, trabalhadores braçais, atletas de alto desempenho)”, explica a reumatologista
Ainda segundo Ingrid Moss, a presença de um familiar de primeiro grau com doença reumática também aumenta as chances de desenvolvimento de outros casos na família, dependendo da doença. Por isso, o histórico familiar é sempre investigado no momento da consulta.
Como existem centenas de doenças reumáticas, os sintomas variam muito de acordo com cada uma delas. “Mas, geralmente, incluem dor e limitação da articulação acometida. Às vezes, pode ocorrer inchaço e vermelhidão. A rigidez (sensação de ‘juntas enferrujadas’) é bastante frequente, e costuma ser mais leve nas doenças degenerativas e mais prolongada (maior que uma hora) nas doenças inflamatórias”, esclarece a Ingrid Moss.
A cura ou tratamento para as doenças também podem variar em cada caso. “Doenças normalmente conhecidas como reumatismos de partes moles, como tendinites, bursites, e alguns tipos de artrites infecciosas têm cura. As doenças reumáticas crônicas não têm cura, mas têm tratamento e controle, que melhoram bastante os sintomas e a qualidade de vida”, afirma a reumatologista.
Algumas doenças reumáticas são autoimunes. Portanto, não há como prevenir, pois dependerá da doença. “A maior parte das artrites de natureza autoimune é muito difícil de prevenir. O mais importante é ficar atento aos sintomas e procurar o reumatologista o mais cedo possível”, explica a médica.
Ainda de acordo com Ingrid Moss, diferentemente da artrite reumatoide, a artrose tem uma maior chance de prevenção, “por meio do controle precoce dos fatores de risco mecânicos que favorecem o seu aparecimento, como evitar a obesidade, praticar exercícios físicos regulares sob supervisão e de forma correta e evitar posturas inadequadas tanto no trabalho quanto nas demais atividades diárias”.
Algumas doenças reumáticas afetam mais homens e outras, mulheres. “A gota, as espondiloartrites e alguns tipos de artrose afetam mais os homens. Outras doenças reumáticas como o lúpus, a artrite reumatoide e a artrose de mãos são mais comuns no sexo feminino, mas isso não é uma exclusividade, já que todas as doenças podem acometer ambos os sexos. Ainda não está claro porque isso acontece, mas as diferenças hormonais possivelmente estejam implicadas nesse contexto”, analisa Ingrid Moss.