Para as mães de primeira viagem, pode ser um susto; para as mais experientes, uma situação embaraçosa, porém quase comum. A incontinência urinária é um problema que atinge as mulheres tanto durante a gravidez, quanto no pós-parto.
Entretanto, segundo a educadora física Gizele Monteiro, especialista em diástase e em boa forma de tentantes, gestantes e mães há 20 anos, ainda há grande desconhecimento por parte das mulheres, que ainda não entendem que esses escapes não são normais e podem ser evitados.
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Xô, escape de xixi: ele não é normal
De acordo com a especialista, durante a gravidez o corpo passa por muitas alterações que deixam os músculos do períneo fracos e instáveis. “Essas alterações são decorrentes da ação de hormônios específicos da gravidez e também do grande peso interno que bebê, útero, placenta e líquido amniótico promovem sobre essa rede de músculos chamada assoalho pélvico ou períneo, o que favorece a incontinência urinária”, explica.
Para evitar o problema:
A melhor forma de evitar o problema é com conhecimento e prática de exercícios pélvicos: antes, durante e depois da gravidez. “Esses exercícios podem ser praticados junto aos exercícios da academia, ou praticados em casa e na fisioterapia de preparação para o parto. Porém, quando os escapes se intensificam, há uma indicação médica de fisioterapia direcionada para o tratamento”, pontua Gizele.
Além de evitar a incontinência urinária, trabalhar o períneo durante a gravidez, bem como outros músculos que serão mais exigidos da mulher, também ajuda a evitar outro problema comum entre as grávidas: a diástase, afastamento dos músculos abdominais. “Justamente por causa das grandes mudanças e ações hormonais, esses músculos se tornam mais frágeis, por isso é importante uma atenção aos exercícios de fortalecimento do períneo, do abdome e da postura. Sem contar que há uma relação direta da diástase com a piora dos escapes de urina”, alerta.
Pressão pélvica não é bem-vinda para as gestantes: e o que é isso?
Outro ponto destacado pela especialista é que exercícios físicos que causam grande pressão pélvica devem ser excluídos ou modificados durante a gravidez. “É o caso de exercícios como: os agachamentos, stiff, abdominais, pranchas, exercícios com impacto como a corrida, jump, pular corda, etc. Todo exercício que sobrecarregue essa região pélvica que está fragilizada e debaixo de grande influência hormonal, deve ser reavaliado. Já a diástase deve ser prevenida e a postura mantida também com exercícios especiais. Digo, então, que o olhar na gravidez deve ser totalmente especializado”, defende.
Por outro lado, o ganho de peso acima do indicado pelo médico também aumenta o risco de os escapes acontecerem. “O sedentarismo nesse ponto de vista é contraindicado, exceto em casos onde o médico recomenda repouso. Os exercícios ajudam no controle de peso, o que é muito positivo para a prevenção da incontinência”, garante Gizele.
Para a especialista, a consciência corporal, o controle da força dos músculos e a boa alimentação não apenas ajudam a evitar os escapes de urina, como também favorecem um parto normal e mais tranquilo.