O escritor e ativista Fernando Bertozzi nunca imaginou que um episódio na infância pudesse gerar um transtorno como a talassofobia. A doença é considerada um tipo de fobia específica de ambiente natural, mas comum a relação com o mar, devido a sua vastidão.
Embora comum, não há estimativas de quantas pessoas, especificamente, convivem com a talassofobia no mundo. Embora a talassofobia não seja reconhecida como um transtorno distinto pelo DSM-5, o manual de diagnóstico de transtornos mentais usado por psiquiatras e outros profissionais de saúde mental, seus sintomas podem se enquadrar nos critérios diagnósticos para fobias específicas.
Para Fernando a talassofobia começou quando, aos oito anos de idade, um caranguejo apertou seu dedo do pé, fazendo com que não tivesse contato com o mar por muitos anos. Mas em 2021, durante uma crise de ansiedade, ele decidiu investir no surf para superar o medo.
O esporte curou o escritor da epilepsia na infância, a depressão na pandemia e agora vem lentamente trabalhando contra a talassofobia: “É importante frisar o quanto a prática de exercícios faz bem não só para o corpo, mas também para a mente”, comenta Fernando.
+++ Crise de ansiedade coletiva: condição é um problema comum? Entenda
+++ Exercícios físicos previnem transtornos mentais em mulheres, aponta estudo
Principais sintomas da talassofobia
- Medo e ansiedade em relação ao mar, a animais que remetem ao oceano ou a outra grande massa de água, sem motivo aparente. O medo pode aparecer em diversas situações, ao visitar praias, velejar ou simplesmente estar perto do oceano;
- Essa reação produz sintomas físicos, como suor, respiração acelerada e frequência cardíaca elevada;
- Em casos mais graves, essa resposta se transforma em um ataque de pânico, que pode causar tontura, palpitações cardíacas, tremores, sudorese intensa, sensação de asfixia, vômitos, náuseas, hiperventilação e respiração ofegante.
Para um diagnóstico mais preciso, você precisará consultar um profissional de saúde, como médico, psiquiatra ou psicólogo.