Vazamento de imagens íntimas afeta saúde mental de mulheres
De depressão a tentativa de suicídio, mulheres que tiveram imagens íntimas expostas sofrem com grande impacto na saúde mental
De depressão a tentativa de suicídio, mulheres que tiveram imagens íntimas expostas sofrem com grande impacto na saúde mental
O Código de Processo Penal prevê como crime o vazamento de imagens íntimas sem autorização. Mas, infelizmente, muitas mulheres que são vítimas dessa exposição desencadeiam uma série de problemas psicológicos. Um estudo do Grupo de Violência, Gênero e Saúde da Fiocruz Minas fez uma análise dos problemas de saúde mental que as vítimas passam a apresentar depois de sofrerem com a exposição criminosa.
Para o estudo, foram realizadas entrevistas com 17 mulheres que sofreram com o vazamento de arquivos íntimos, com idades de 17 a 50 anos. Ainda, participaram da análise dez profissionais da área da saúde e da assistência social que deram suporte a vítimas de casos como esse.
O estudo publicado em duas partes nas revistas Interface e Ciência & Saúde Coletiva, realizado por meio de um Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, mostrou impactos graves na saúde mental de mulheres que sofreram com o crime, como:
Para mulheres que já tinham predisposição para transtornos psicológicos, a situação só agrava. “É o caso de distúrbios alimentares e estados depressivos; quem já tinha predisposições desenvolveu. Outra consequência importante é o sentimento de culpa, relatado tanto pelas vítimas como pelos profissionais. É uma culpabilização externa que acaba virando interna e vai minando a autoestima. Isso interfere em todo o processo, porque a mulher deixa de procurar ajuda porque se sente culpada, acha que, de alguma forma, contribuiu para a situação“, explicou uma das autoras do estudo, Laís Barbosa Patrocínio.
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PARA VÍTIMAS DO CRIME, APOIO FAMILIAR É ESSENCIAL
O apoio e suporte de amigos e familiares é essencial para os cuidados com a saúde mental das vítimas que tiveram suas vidas íntimas expostas. “É que é preciso pensar em protocolos em relação ao atendimento à vítima, de forma a evitar que ela precise se expor ainda mais. O acolhimento inaugura o atendimento, então, tem que ser a porta de entrada”, ressalta Laís.