O Instituto Butantan compartilhou nesta segunda-feira, 28, a resposta imune da vacina contra a dengue que vem sendo produzida há mais de dez anos. Conforme o instituto, a vacina apresentou uma imunogenicidade em 100% dos voluntários que já tinham ficado doentes por dengue e em mais de 90% naqueles que nunca tiveram contato com a doença. Os dados são referentes à primeira etapa do ensaio clínico.
Inclusive, conforme o Ministério da Saúde, só entre 02 de janeiro e 12 de março o Brasil já apresentou um aumento nos casos de dengue de 43,9%. Nesse período, foram pouco mais de 160 mil notificações da doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti.
VACINA É PRODUZIDA COM QUATRO TIPOS DO VÍRUS DA DENGUE
Para estimular a produção de anticorpos, o imunizante é fabricado com quatro tipos do vírus da dengue enfraquecidos que foram cultivados em células Vero de macaco verde africano. Conforme o Butantan, a segunda fase de testes mostrou o desenvolvimento de anticorpos (soroconversão) em mais de 70% dos participantes.
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Em relação aos subtipos do vírus da doença, o Butantan explicou que depois de cultivados, o material passa por um processo de purificação antes de seguir para a formulação. “A última etapa é a liofilização, processo que transforma o líquido em pó, e a criação do diluente para ser adicionado ao pó no momento da aplicação da vacina”.
O estudo com o imunizante está sendo feito em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), em que pesquisas não destacaram efeitos colaterais graves. Os mais comuns foram dor de cabeça, fadiga, erupção cutânea e dor muscular. O esquema de aplicação é em dose única, e a sua criação com quatro tipos do vírus tem o intuito de estimular proteção de reinfecções mais graves.