Em 2019, a OMS classificou a Síndrome de Burnout como um “fenômeno ligado ao trabalho” e a partir do dia 1 de janeiro de 2022 a doença já foi classificada como ocupacional – o que ligou um alerta para os gestores de empresas.
A campanha Janeiro Branco, assim como Outubro Rosa, por exemplo, tão conhecida, visa conscientizar a população. Desta vez, para as questões de saúde mental!
JANEIRO BRANCO: cuidado com a saúde mental
A chegada da pandemia e a consequente adoção do home office na vida do brasileiro, chamou a atenção para a sensação de exaustão extrema, principalmente relacionada ao âmbito profissional. É o que aponta uma pesquisa da plataforma Doctoralia, que avaliou que o agendamento de consultas com psicólogos e psiquiatras aumentou cerca de 155% entre 2020 e 2021.
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Para lembrar da importância da saúde mental, o psicólogo Carlos Alexandre dos Santos, fala sobre o burnout e a influência do home office nesta doença.
Os principais sintomas do distúrbio são dores musculares e de cabeça; irritabilidade; alterações de humor; falhas de memória; dificuldade de concentração; falta de apetite; agressividade e isolamento. Além disso, o psicólogo afirma que, “nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas, porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver ira no contato com outras pessoas; depressão; pessimismo e baixa autoestima; sentimento de apatia e desesperança”.
Mas o que a pandemia tem a ver com o Burnout?
Carlos explica que com a sensação de liberdade que o ambiente de home office proporcionou no primeiro momento, como começar a trabalhar mais tarde, ou desenvolver o trabalho supostamente na hora que se desejasse, causou, de forma indireta, um aumento significativo no volume de trabalho.
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“Manter essa rotina em casa se mostrou menos eficiente pois, com uma maior dificuldade de estabelecer um horário produtivo, como no ambiente de escritório, com horário de início e pausas para o almoço e descanso, a quantidade de trabalho se torna sufocante levando o paciente à exaustão”, comenta.
Por isso, se a procrastinação e a desmotivação compulsória são recorrentes, o importante é procurar tratamento profissional. Isso porque o burnout possui uma variedade de sintomas que se assemelham a outras doenças psicológicas, sendo comumente diagnosticado errado e podendo levar a uma piora do paciente.
Assim, com a ajuda profissional é possível sair da autossabotagem por meio de terapia cognitiva, prática de exercícios e ações prazerosas que não estejam relacionados ao trabalho. “Dentro do processo de tratamento, ela conseguirá identificar os sintomas iniciais do burnout no seu cotidiano pelo autoconhecimento, utilizando os métodos aprendidos para recuperar o equilíbrio”, finaliza o especialista.