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Sem prescrição médica, não! Crescimento de vendas de antidepressivos também pode estar relacionado com uso sem o diagnóstico profissional

Apesar dos casos de ansiedade terem crescido no Brasil, a alta procura pelo medicamento também está sendo feita sem um diagnóstico médico

Uso de medicamentos antidepressivos sem orientação médica – Pexels/Karolina Grabowska

A saúde mental tem sido um assunto cada vez mais abordado e debatido, mesmo que ainda muitos estigmas em relação aos transtornos psicológicos devem ser quebrados. E se o quadro de ansiedade no Brasil já era preocupante antes da pandemia, o cenário se agravou durante esse período. Nos meses de maio, junho e julho de 2020, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fez uma pesquisa com 1.996 maiores de 18 anos, e o resultado foi de que 80% dos brasileiros ficaram mais ansiosos. 

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E esse contexto tem ligação com o aumento das vendas de antidepressivos, em que o Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostrou um crescimento de 14%. Foi um salto de cerca de 56 milhões de remédios vendidos para 64 milhões. E o problema não para por aí, já que muitos medicamentos do gênero estão sendo usados sem diagnóstico e prescrição médica. 

“Muitas vezes, o antidepressivo é prescrito para fatos comuns da vida”, comenta Drauzio Varella no vídeo “Antidepressivo não é pra todo mundo” em seu canal do Youtube. Uma briga entre namorados ou uma tristeza que passa e não faz a pessoa perder a vontade e o interesse de fazer as suas coisas por um longo período de tempo são exemplos desses acontecimentos normais ao longo da vida.

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O médico alerta: “Não é assim que deve ser prescrito. Não é para isso que serve a droga”. Ele explica que “os antidepressivos têm um mecanismo de ação que precisa ser muito bem entendido”. Varella exemplifica que se uma pessoa estiver com um quadro depressivo e começa a usar a medicação, ela irá levar até cinco semanas para agir. “Depois, o tratamento deve ser mantido por meses consecutivos, e não pode ser interrompido de um momento para outro”

Assim como qualquer outro medicamento, é preciso ter um diagnóstico e orientação médica. Se automedicar traz sérios danos à saúde. Para tratar os acontecimentos normais do dia a dia, tristeza, o luto, o desencanto, não é para isso que essas drogas servem, ressalta Varella. “Existe um exagero na prescrição de antidepressivos para pessoas que não têm necessidade deles e, ao contrário, faltam prescrições para pessoas que têm quadros realmente depressivos e que poderiam se beneficiar dessa classe de medicamentos”

Veja mais no vídeo abaixo:

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