Estudos mostram que pessoas que trabalham em escritórios ou home office ficam entre 10 e 11 horas por dia sentadas. Ocupações em que há pouca ou nenhuma movimentação do corpo são conhecidas hoje como “trabalho sedentário” e se caracterizam pelo baixo gasto de energia.
Cada vez mais a automação do trabalho e o desenvolvimento de novas tecnologias tem feito com que as pessoas não precisem se movimentar.
“Apesar de ser considerado comum, o simples fato de passar o expediente sentado representa riscos à saúde em diferentes níveis, independente de fazer ou não atividade física fora do horário de trabalho”, afirma o fisioterapeuta Ricardo Massola, pós-graduado em gestão de qualidade de vida no trabalho, bem-estar e ergonomia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
SEDENTARISMO NO TRABALHO PODE DESENCADEAR DOENÇAS COMO DIABETES, OBESIDADE E DEPRESSÃO
Ainda, segundo Massola, o sedentarismo no trabalho prejudica a saúde metabólica. “Pode gerar mais resistência à insulina, aumento do colesterol ruim (LDL) e redução do colesterol bom (HDL), crescimento dos triglicérides, e possivelmente, alterações ruins na pressão arterial. Com isso, pode-se desenvolver doenças como a obesidade e o diabetes”, diz ele.
Também existe relação entre esse fenômeno e a maior ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais, agravando as chances de morte prematura. Outra associação é com a depressão, estudos revelam que trabalhadores que ficam sentados por mais de nove horas e meia vivenciam mais episódios depressivos.
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Além dos transtornos metabólicos e mentais, o trabalho sentado causa dores na coluna lombar e no pescoço. “Por mais que aparelhos como computadores se adequem aos termos de ergonomia, a falta de movimento das costas ocasiona tensões e dores que se potencializam com o risco do estresse gerado pela organização do trabalho, chamado de risco psicossocial”, afirma o especialista.
Como combater o sedentarismo no trabalho?
De acordo com o fisioterapeuta, o primeiro passo para diminuir esses efeitos negativos é ter consciência do seu comportamento. “É preciso saber quanto tempo permanece sentado. Isso ajudará a ter um parâmetro para melhora”.
Uma dica é ativar lembretes a cada hora para se levantar da cadeira. “Ficar mais de duas horas e meia do expediente em pé e caminhando auxilia na saúde cardiovascular com a melhora da pressão arterial, redução do colesterol e dos triglicérides e também de desconfortos nas costas e no pescoço”, diz o consultor em saúde e qualidade de vida.
Outras práticas recomendadas por Massola são prestar atenção nas pequenas tensões no corpo e sair da posição por alguns minutos, realizar alongamentos e ter breves momentos de atividades físicas no trabalho. Por exemplo: subir e descer três lances de escada em ritmo moderado por três vezes ao dia. Isso ajuda a reduzir o sedentarismo, melhora a aptidão cardiorrespiratória e a saúde metabólica.
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“Também é aconselhável recorrer a mesas de elevação, aquelas que nos convidam a trabalhar um pouco em pé, algo bem-vindo para a coluna. É importante lembrar que o combate ao sedentarismo envolve também o momento do trabalho”, afirma o fisioterapeuta.