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Quais são os fatores que podem estar relacionados a prevalência da Esclerose Múltipla em mulheres?

Published 06/02/2023
Quais são os fatores que podem estar relacionados a prevalência da Esclerose Múltipla em mulheres?

Quais são os fatores que podem estar relacionados a prevalência da Esclerose Múltipla em mulheres? - Foto: Freepik

A maioria das doenças autoimunes têm o diagnóstico mais frequente em mulheres, e na Esclerose Múltipla isso não é diferente. Estima-se que cerca de 70% dos casos registrados da doença seja no público feminino.

A condição é uma doença rara e autoimune, em que o sistema imunológico agride os neurônios, afetando a estrutura e o funcionamento dessas células que são essenciais para o bom funcionamento do corpo humano. A doença é mais frequente em pessoas jovens, entre os 20 e 30 anos.

Fatores que podem estar relacionados a prevalência da Esclerose Múltipla em mulheres

Alguns fatores podem estar ligados ao aparecimento mais recorrente no sexo feminino. Para o neurologista e presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (BCTRIMS), Jefferson Becker, um dos possíveis motivos para que as doenças autoimunes estejam mais presentes na vida das mulheres, pode estar ligada diretamente à gestação.

“Didaticamente, como a mulher é preparada para gestar, mesmo que o bebê se desenvolva dentro dela, é um corpo estranho, o que faz com que o organismo diminua a imunidade para evitar um aborto espontâneo. Mesmo que a mulher seja preparada para esse momento, essa adaptação para uma mudança significativa no sistema imunológico pode se tornar um gatilho para o aparecimento dos primeiros surtos de doenças autoimunes em mulheres, como a Esclerose Múltipla”, relata o especialista.

O desenvolvimento da doença também pode estar conectado à genética. Isso porque alguns casos já foram constatados na mesma família.

“Para aqueles que têm uma predisposição e já contam com algum caso da doença na família, é necessário ficar atento e tomar alguns cuidados, tais como não se expor ao tabagismo (ativo e passivo), evitar obesidade e realizar exames periodicamente para que possam ser detectadas a falta de alguma vitamina. Afinal, o descobrimento precoce da doença é fundamental para que os tratamentos já disponíveis consigam auxiliar na dor e na prevenção do aparecimento de novos surtos”, alerta o médico.

Como citado pelo especialista, a ausência de algumas vitaminas também pode ser um dos motivos para a manifestação da EM.

“Como a Esclerose Múltipla é uma doença que não tem cura, podemos tomar algumas medidas para retardar o aparecimento naquelas pessoas que já tem uma tendência a desenvolver a doença. Uma destas ações é repor as vitaminas que estão em falta no organismo. A vitamina D, por exemplo, é uma das principais, pois auxilia na boa saúde óssea, que costuma ser fortemente atingida com os surtos da doença, além da imunidade, peça fundamental para auxiliar no tratamento e controle do avanço da doença no organismo”, completa Jefferson Becker.

Portanto, realizar exames periódicos que consigam detectar a falta de algum nutriente é extremamente importante. O médico também alerta que, ao sentir algum dos sintomas da doença, é essencial procurar um neurologista para investigar a fundo o quadro.

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