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Paciente com paralisia completa se comunica por interface computadorizada

Published 30/03/2022

Paciente com doença grave se comunica por computador - Foto: Reprodução/Wyss Center for Bio and Neuroengineering e Pexels/Tima Miroshnichenko

Com paralisia completa e sem conseguir falar, um paciente de 30 anos que sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) passou por um momento marcante: o homem conseguiu se comunicar por meio de uma interface computadorizada. O ocorrido só foi possível por conta de um procedimento cirúrgico. “Implantamos dois conjuntos de 64 microeletrodos no córtex motor suplementar e primário de um paciente em um estado completamente bloqueado com ELA”, explicaram os pesquisadores, no artigo publicado na revista científica Nature Communications na última terça-feira, 22. 

PACIENTE COM PARALISIA COMPLETA GEROU SINAIS DE “SIM” E “NÃO” EM INTERFACE COMPUTADORIZADA

Em comunicado dos pesquisadores do Centro Wyss de Bio e Neuroengenharia, que realizaram o estudo com o paciente em parceria com a Universidade de Tübingen, na Alemanha, foi destacado que o paciente conseguiu desenvolver uma atividade cerebral em que a interface computadorizada – chamada de interface cérebro-computador implantada (BCI) – captou mensagens de “sim” ou “não” em um programa de leitura das letras do alfabeto“Usando o neurofeedback auditivo, o participante pôde escolher ‘sim’ ou ‘não’ para confirmar ou rejeitar a carta, formando palavras e frases inteiras, destacou comunicado.

“A comunicação bem-sucedida foi demonstrada anteriormente com BCIs em indivíduos com paralisia. Mas, até onde sabemos, o nosso é o primeiro estudo a alcançar a comunicação por alguém que não tem movimento voluntário remanescente e, portanto, para quem o BCI é agora o único meio de comunicação”, disse, no comunicado, o neurocientista sênior do Wyss Center em Genebra, Jonas Zimmermann.

Foto: Reprodução/Wyss Center for Bio and Neuroengineering

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Conforme os pesquisadores, os diagnósticos de ELA estão em constante crescimento, e estima-se que mais de 300 mil pessoas convivam com a doença até 2040, em que em muitos dos quadros a fala será comprometida. “Este estudo de caso fornece evidências de que a comunicação volitiva baseada no cérebro é possível mesmo em um estado completamente bloqueado, destacam os cientistas, no artigo sobre o caso que vêm trabalhando há mais de dois anos.
 

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