Quando as esperanças estavam enfraquecidas, o norte-americano Albert Khoury teve a sua vida renovada por meio de um transplante em um contexto raro para a realização do procedimento: o paciente de 54 anos sofria com câncer de pulmão em estágio terminal.
O finalizador de cimento nas calçadas de Chicago, Illinois, começou a suspeitar de covid-19 por conta de sintomas que começou a apresentar, como tosse mucosa, espirros, calafrios e dores nas costas. No entanto, os sinais se referiam a um câncer de pulmão, principalmente quando sangue começou a ser expelido por sua boca. À Universidade de Northwestern, Khoury relatou que a doença foi descoberta em estágio 1.
O homem, que não tinha histórico de fumante, não conseguiu iniciar o tratamento assim que foi diagnosticado por conta do surto de covid-19, mas a doença não esperou e foi evoluindo. Em julho de 2020, o câncer de Albert Khoury estava no segundo estágio, até que chegou ao quarto, mesmo em meio a quimioterapias. “Médicos de outros sistemas de saúde me disseram que não havia chance de sobrevivência”, relembrou.
COM CÂNCER, PACIENTE PASSA POR TRANSPLANTE
Após uma piora significativa do estado de saúde de Khoury, a equipe médica encontrou no transplante uma alternativa a ser tentada para salvar a vida do paciente. O procedimento é considerado incomum nesse caso porque, de acordo com o chefe de cirurgia torácica da Universidade de Medicina de Northwestern, Ankit Bharat, a preocupação é com o risco de recorrência.
“Todos os pacientes transplantados precisam de medicamentos para controlar o sistema imunológico, que tem efeito imunossupressor. A preocupação é que, se você suprimir o sistema imunológico de alguém e ele tiver células cancerosas persistentes no corpo, elas se inflamarão muito rapidamente“, explicou o médico. Bharat também elucidou que o transplante foi uma opção porque Albert Khoury estava com um tumor presente apenas no peito, o que deu esperanças à equipe de que poderiam eliminar as células cancerígenas com o procedimento.
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No dia 25 de setembro de 2021, o paciente passou por um transplante duplo de pulmão, que durou sete horas. O resultado? Sucesso. Khoury só teve motivos para comemorar. “Ninguém via esse sorriso no meu rosto por mais de um ano, mas, agora, não consigo parar de sorrir. Minha equipe médica nunca desistiu de mim”, relatou o paciente.
Antes da cirurgia, o homem chegou até mesmo a ser internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com sepse e pneumonia. “Ambos os pulmões de Albert estavam cheios de câncer e, dia a dia, sua saturação de oxigênio estava caindo”, disse, em comunicado, o oncologista da universidade, Young Chae.