Obesidade: até 2025, é estimado que o mundo tenha 700 milhões de obesos
Médico explica os principais fatores da obesidade, uma doença crônica e complexa
Médico explica os principais fatores da obesidade, uma doença crônica e complexa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um problema de saúde pública, uma doença crônica e uma pandemia. A obesidade é definida como um acúmulo excessivo e anormal de gordura corporal que causa problemas à nossa saúde.
No Brasil, 60% da população é considerada acima do peso (sobrepeso) e 20% já são obesos, com discreto predomínio entre as mulheres. No mundo, caso não sejam tomadas medidas eficazes, em 2025 haverá 2,3 bilhões de pessoas com sobrepeso e 700 milhões de obesos. Os EUA é o país com maior número de obesos no mundo, com quase 70% da sua população acima do peso.
O Dr. André Augusto Pinto, cirurgião geral e cirurgião bariátrico da Clínica Gastro ABC, explica os fatores que levam à obesidade:
É a ingestão de calorias em excesso em relação às perdas calóricas do nosso dia a dia que levam à obesidade. A classificação mundial da obesidade é calculada através do I.M.C (Índice de Massa Corpórea) que é Peso/Altura x Altura.
A principal causa da obesidade é a ingestão excessiva de alimentos altamente calóricos, ricos em açúcares e gorduras, alimentos ultraprocessados como os fast food, além da diminuição de atividades físicas diárias devido ao aumento do sedentarismo de forma geral, fatores genéticos, familiares e até ao uso de alguns medicamentos como os corticosteroides. Mas, a maior causa da obesidade no mundo nos dias de hoje são os fatores comportamentais, aumentando inclusive a obesidade infantil.
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Crianças com os dois pais obesos tem 50% mais chances de serem obesas. Nesses dois anos de pandemia do covid-19, as pessoas ficaram mais tempo em casa, aumentaram seu sedentarismo e ficaram mais ansiosas e estressadas, causando aumento da ingestão de alimentos, aumentando em muito a obesidade como um todo nesse período. As crianças ficaram restritas às suas casas, não foram para a escola, ficaram separadas de outras crianças, deixaram de fazer atividade física e ficaram brincando muito mais com seus celulares, computadores e videogames, o que também aumentou muito a incidência de obesidade infantil nesse período.
A obesidade é considerada uma doença crônica e complexa por estar associada ao aumento de inúmeras patologias como a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemias (aumento de colesterol e triglicérides), cardiopatias, apneia do sono, colelitiase (pedras na vesícula), problemas ortopédicos, depressão e até aumento da incidência de câncer.
O tratamento da obesidade é multidisciplinar, feito inicialmente através da mudança dos hábitos alimentares e estilo de vida, com alimentação mais saudável e aumento de atividades físicas.
O acompanhamento com nutricionista, médico (endocrinologista) e psicológico pode ser importante para pacientes com índices de obesidade mais elevados e podem ser associados com vários tipos de medicamentos, sempre com acompanhamento médico.
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As pessoas com obesidade grau 3 (grave), também chamada popularmente de Obesidade Mórbida (IMC > 40) tem indicação de tratamento cirúrgico através da Cirurgia Bariátrica, sendo o melhor tratamento para esses pacientes, pois, além da grande porcentagem de perda de peso, em torno de 40% do peso total ou 70% do excesso de peso, vai tratar as doenças associadas à obesidade já citadas e diminui muito o risco de reganho de peso – o que é muito frequente nesses casos.
Além disso, o obeso sofre cada vez mais preconceito, a chamada GORDOFOBIA, que aumenta vertiginosamente no Brasil e no mundo, causando sérios problemas psicológicos.
O tratamento da obesidade é fundamental para melhorar a qualidade de vida de uma porcentagem importante da população, tratar seus sintomas físicos e psicológicos e fazer com que essas pessoas se sintam mais saudáveis.