Joelho valgo: Desalinhamento pode causar dores, desgaste precoce e impactar a qualidade de vida

Desalinhamento nos joelhos pode passar despercebido, mas em quadros mais graves compromete a mobilidade e favorece lesões

Joelho valgo: Desalinhamento pode causar dores, desgaste precoce e impactar a qualidade de vida

Popularmente conhecido como “joelho em X”, o joelho valgo é uma condição ortopédica que afeta o alinhamento das pernas: os joelhos se encostam enquanto os tornozelos permanecem afastados. Embora possa passar despercebido nos estágios leves, esse desalinhamento pode provocar dores crônicas, desgaste articular precoce e, consequentemente, comprometer a mobilidade.

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“Essa condição pode surgir tanto em crianças quanto em adultos e está relacionada a fatores genéticos, crescimento ósseo, fraqueza muscular e até ao sobrepeso”, explica o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva. “Com o tempo, o joelho valgo pode prejudicar a marcha, aumentar o risco de quedas e limitar a prática de atividades físicas.

Segundo o médico, além da herança genética, a falta de força nos músculos da coxa e do quadril é um fator importante que contribui para o desalinhamento. “O excesso de peso, por sua vez, também exerce maior pressão sobre as articulações, agravando o quadro. E doenças como raquitismo ou osteomalácia, que enfraquecem os ossos, podem favorecer o desenvolvimento do joelho valgo”, acrescenta.

Desgaste precoce e risco de lesões

O desalinhamento sobrecarrega estruturas fundamentais do joelho, como cartilagens, meniscos e ligamentos. “Esse esforço extra favorece o surgimento de dores frequentes e acelera o desgaste da cartilagem, o que pode levar à artrose precoce”, alerta Dr. Marcos. “Nos casos mais graves, o paciente pode sentir desequilíbrio ao andar, além de maior cansaço e dificuldade para fazer caminhadas longas.”

Ainda que muitos convivam com o joelho valgo sem maiores complicações, quadros mais acentuados podem exigir mudanças no estilo de vida. Por isso, recomenda-se evitar esportes de impacto, como corrida e saltos, já que o risco de lesões no joelho e tornozelo é elevado.

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Tratamento: de fisioterapia a cirurgia

O tratamento varia conforme a gravidade da condição, a idade do paciente e o impacto na rotina. Nos casos mais leves, a abordagem conservadora costuma ser suficiente. “Fisioterapia, uso de palmilhas ortopédicas e controle do peso fazem parte do protocolo inicial”, afirma o especialista.

A fisioterapia, por exemplo, foca no fortalecimento muscular do quadril e das pernas, com o objetivo de melhorar o alinhamento e reduzir a dor. Já as palmilhas sob medida ajudam a distribuir melhor o peso corporal durante os movimentos. Além disso, para pessoas com sobrepeso, a perda de peso é fundamental, pois reduz significativamente a sobrecarga nas articulações.

Por outro lado, quando o tratamento conservador não surte efeito ou nos casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada. “Nesse caso, realizamos uma osteotomia, técnica que reposiciona o osso para corrigir o desalinhamento”, explica Dr. Marcos. “A fixação pode ser feita com placas, parafusos ou hastes, dependendo de cada caso.”

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Quando procurar um especialista?

O médico reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento adequado. “Quanto antes o paciente buscar ajuda, maiores são as chances de evitar complicações futuras. Cada caso exige uma abordagem personalizada, por isso o acompanhamento com um ortopedista é fundamental”, finaliza.

Fonte:
Dr. Marcos Cortelazo – Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Pós-graduado pela UNIFESP, é membro de sociedades internacionais e atua nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz.
Instagram: @dr.marcos_cortelazo
CRM-SP: 76316

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