Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram novas alterações nas variantes do coronavírus em circulação no Brasil e ressaltaram a importância de se ampliar a vacinação e as medidas de contenção para mitigar a disseminação e o surgimento de cepas mais transmissíveis.
Até o momento, segundo os pesquisadores, as alterações encontradas ainda não caracterizam a formação de uma nova linhagem do Sars-CoV-2, uma vez que poucos genomas apresentam as alterações, mas ressaltaram que é preciso permanecer com o monitoramento genômico para acompanhar se essas alterações aumentarão de frequência.
“Esta nova geração de variantes pode ser menos suscetível à neutralização dos anticorpos que suas linhagens parentais P.1, P.2 e B.1.1.33. A pandemia de Covid-19 em 2021 no Brasil provavelmente será dominada por esse novo e complexo conjunto de variantes”, disse o pesquisador Tiago Gräf, um dos membros da pesquisa, em nota à imprensa.
+++ VEJA TAMBÉM: Venda de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid dispara no Brasil
+++ VEJA TAMBÉM: Segundo especialista da OMS é necessário dar atenção à “Covid longa”
VARIANTES
Atualmente o Brasil tem quatro variantes principais do coronavírus em circulação. Uma delas, a P.1, originada no Amazonas, é considerada uma variante de preocupação devido à maior transmissibilidade e capacidade de escapar de anticorpos de infecções anteriores pelo coronavírus, o que tem colaborado para uma explosão de casos no país.
As mutações detectadas ocorreram na proteína Spike, que é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.
Os resultados são provenientes de amostras coletadas de pacientes de sete Estados: Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná, Rondônia, Minas Gerais e Alagoas. O estudo foi publicados na plataforma de pré-print MedRxiv e ainda não foi revisado por outros especialistas.