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Estudo da Fiocruz: pessoas que vivem em cidades de baixa renda se deslocam mais para realizar internações

Dentre as dificuldades de acesso para internações, a Fiocruz aponta desde o parto normal até hospitalizações clínicas

Fiocruz mostra como pessoas de cidades mais pobres de deslocam mais para internações – Freepik/DCStudio

Pessoas que vivem em cidades com maiores taxas de condições de extrema pobreza sofrem mais até mesmo na hora de buscar um hospital para realizar internações. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a população nesse cenário precisa se deslocar mais para a busca de procedimentos como parto normal, cirurgia obstétrica, internação clínica, cirúrgica e oncológica

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No Boletim Informativo do Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (PROADESS), os municípios com as piores condições socioeconômicas estão centrados nas regiões Norte e Nordeste, com 20% ou mais das pessoas em pobreza extrema, conforme o Censo Demográfico 2010, ou seja, “renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010”. 

Ao analisar os estados que mais tiveram pessoas internadas fora de seu município de residência, já em 2018, dentre as maiores taxas estão: Rio Grande do Sul (95,5%); Rondônia (67,1%); Rio Grande do Norte (60,7%); Sergipe (65,6%); Goiás (53,5%) e Paraíba (52,7%). Em estados como Amazonas (40,2%), RN, GO e SE, as hospitalizações fora do município de residência que ocorreram na mesma Região de Saúde foram menos de 40%. “Isto pode ser decorrente de obstáculos políticos e técnicos na organização e efetivação do processo de regionalização”

A pobreza impede o acesso das pessoas às coisas mais básicas para a própria sobrevivência. De acordo com dados recentes da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 28 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. Conforme o boletim, “verificou-se que quase metade das internações consideradas ocorreram nos municípios de residência e cerca de 30% em municípios da mesma Região de Saúde do município de residência”. Aliás, o Ministério da Saúde classifica a Região de Saúde como o agrupamento de municípios que integram “a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde”.

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CONCLUSÃO DA FIOCRUZ SOBRE O ESTUDO

Na conclusão do estudo, a Fiocruz completa: “Esses achados buscam trazer maior compreensão sobre as disparidades e sobre a adequação do processo de regionalização do Sistema Único de Saúde, bem como subsidiar o planejamento e a gestão, inclusive no que se refere à alocação de recursos físicos e humanos em saúde, de forma a atender às necessidades de saúde da população em todo o território brasileiro”.

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