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Efeito apagão! Será que aprendemos alguma lição com as redes sociais que ficaram fora do ar?

O dia 04 de outubro foi marcado pelo tempo em que o WhatsApp, Instagram e Facebook caíram no mundo inteiro

Como a falta dos principais aplicativos afetaram o comportamento das pessoas – Pexels/Tracy Le Blanc

O início de outubro foi marcado por um momento histórico no universo virtual. Foi por volta de 12h30, no horário de Brasília, que os grandes aplicativos WhatsApp, Instagram e Facebook caíram no mundo inteiro, no dia 04 do mês (segunda-feira). A expectativa era que essa instabilidade duraria “pouco tempo”, mas no contexto acelerado que vivemos hoje, as sete horas de espera fez com que esse dia virasse algo atípico.

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Em termos financeiros, em apenas um dia, Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, perdeu cerca de US$ 6 bilhões. E falando em questões comportamentais e psicológicas, percebeu-se que ainda estamos distantes de nos desvencilhar desse mundo de textões e imagens “perfeitas”. “A busca por outras redes substitutivas aumentou significativamente”, afirma o psicólogo e psicanalista Ronaldo Coelho, que também aponta a comunicação do trabalho como principal fator por essa procura.

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Durante esse apagão, o psicólogo fala sobre emoções diversas que afetaram os usuários das redes, que foram “desde quem passou a se desesperar por não conseguir se comunicar com a agilidade de antes” até “as pessoas que comemoraram por se sentirem mais livres e não precisarem ficar boa parte do dia respondendo mensagens do WhatsApp”. Ainda, Ronaldo destaca que também houve a sensação de tédio por parte das pessoas que usam esses meios para se entreterem. 
 
PANDEMIA E DISTANCIAMENTO

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A realidade dos estudos e trabalhos à distância e de precisar ficar mais distante de amigos e familiares com certeza intensificaram a nossa relação com o mundo virtual. “Esses dois fatores mostram que estamos mais dependentes das redes do que talvez gostaríamos”, afirma o psicanalista.

COMO NÃO DEPENDER TANTO DAS REDES SOCIAIS

“Tudo parece estar atrelado às redes. E, se elas caírem, automaticamente todo mundo vai migrar para alguma outra”, explica Ronaldo. Um desses casos aconteceu com o Twitter, em que muitas pessoas utilizaram a plataforma até mesmo para relatarem como estavam se sentindo com o ocorrido. “As pessoas, por entretenimento, querem participar da vida de outras, saber o que as pessoas estão fazendo e, para isso, o Instagram é a ferramenta perfeita. Sabemos também que o teletrabalho veio para ficar. Então, talvez a questão não seja como não depender tanto das redes sociais, mas de qual delas iremos escolher depender.

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Com esse acontecimento é válido refletir sobre como estamos utilizando o nosso tempo. Mas o psicólogo ressalta: A sobrecarga de outras plataformas mostra que estamos mais propensos a procurar outras ferramentas do que dar um tempo a nós mesmos, aceitar a falta delas ou qualquer coisa que vá na direção de diminuir o uso.