Descarte de medicamentos: farmacêutica explica como agir corretamente sem impactar a natureza

A farmacêutica Walkiria Tokarski Vêncio explicou métodos e como o descarte inadequado de medicamentos colocam em risco o meio ambiente; Confira!

Farmacêutica explica como descartar medicamentos de forma correta
Farmacêutica explica como descartar medicamentos de forma correta – Pexels/Anna Shvets

Para reduzir o impacto ambiental quando se trata de medicamentos, a farmacêutica Walkiria Tokarski Vêncio explicou métodos e como o descarte inadequado desses produtos colocam em risco o meio ambiente. Confira:

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O tratamento acabou, não deu certo, o paciente desistiu ou o remédio venceu. Seja qual for o motivo, boa parte daquela “farmacinha” caseira que muitos brasileiros continuam mantendo como hábito acaba tendo que ir para o lixo. E os números, somados, assustam. Anualmente, mais de 28 mil toneladas de medicamentos são literalmente jogados fora, segundo dados da Anvisa.

Em um país onde cada habitante produz cerca de 1 kg de rejeitos por dia, essa é apenas a primeira das questões, se considerarmos o impacto que o depósito dessas medicações em local inapropriado pode causar ao meio ambiente. Não é incomum que xaropes sejam despejados na pia e comprimidos, na lata do lixo.

Qual são os riscos dessa atitude? Muitos!

Mesmo aquele inocente comprimido para dor de cabeça – vendido sem receita médica – é composto por substâncias químicas que, individualmente ou combinadas, têm efeitos curativos, paliativos ou de diagnóstico. Fruto de muita pesquisa, ensaios clínicos e exaustivos testes em laboratórios, são seguros e indispensáveis para curar, tratar e prevenir doenças.

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DESCARTE INADEQUADO COLOCA EM RISCO DESDE PEIXES ATÉ HUMANOS

Se descartados na natureza, vão contaminar o solo e os lençóis freáticos, afetar os peixes e outros organismos vivos. Em cadeia, colocam em risco também pessoas que consomem a água ou se alimentam dos animais contaminados. E, claro, podem prejudicar diretamente aqueles que lidam diretamente com os dejetos, como catadores e garis.

Em 2020, o governo federal criou um programa de logística reversa que obriga a instalação de pontos de coleta em farmácias para destinação correta de medicamentos. Certamente um avanço, mas com pouco impacto sobre o volume de lixo medicamentoso, para voltarmos à primeira das questões que tratamos neste texto. O problema do descarte passa, sim, pelo desencontro entre a quantidade de medicamento prescrito para o tratamento e a quantidade que vai ser comprada, por força da oferta. Vamos dar um exemplo: se você precisa tomar oito comprimidos, mas só encontra uma caixa com dez, terá dois candidatos a descarte inadequado.

Se formos listar quatro boas práticas para o descarte correto de medicamentos, a primeira da lista seria:
Opte por medicamentos manipulados. A manipulação contribui para evitar o desperdício, ao produzir exatamente a quantidade de remédios suficiente para o tratamento. Nem mais, nem menos. Além disso:

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  • Não jogue os remédios vencidos no lixo comum: separe uma sacola de descarte só para eles;
  • Leve os medicamentos vencidos até o ponto de descarte mais próximo;
  • Use remédios de forma racional, sem exageros, sem automedicação e não interrompa o tratamento por conta própria;
  • Exija de seu médico uma prescrição completa e coerente, sem desperdícios.

Com o passar da Semana Mundial do Meio Ambiente, dois anos após uma das maiores crises sanitárias já enfrentadas pela humanidade, temos que reafirmar nosso compromisso e nosso propósito com todas essas questões.


Sobre a fonte:

Walkiria Tokarski Vêncio é farmacêutica e diretora de Compliance e de Produção da Farmácia Artesanal.

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