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Cuidado, a vida real não é perfeita! Recorte do cotidiano nas redes leva a pensamentos negativos e desperta sentimentos como inveja

Published 27/10/2021

Redes sociais não são reflexos da vida real - Pexels/Kerde Severin

Cada vez mais conectados nos aplicativos, os jovens estão buscando nas redes sociais uma vida perfeita que não existe. E isso tem levado a uma série de danos à sua saúde mental. Tanto que o próprio Facebook está ciente disso, é o que aponta um relatório que a imprensa norte-americana divulgou recentemente e trouxe muita preocupação para os administradores das plataformas digitais e das famílias de milhões de crianças e jovens de todo o mundo.
 
A reportagem trouxe dados de uma apresentação interna de março de 2020 que revela uma pesquisa feita por funcionários da empresa em anos anteriores, sobre os efeitos da rede social nos jovens. O levantamento indicou que 13% dos usuários britânicos e 6% dos norte-americanos revelaram ter pensamentos suicidas associados ao uso do Instagram.
 
Segundo o especialista em produção de conteúdo digital, Fred Furtado, a idealização da vida do outro é algo que se tornou comum nas redes sociais: “O empreendedor vê o empresário com a vida perfeita e lamenta que não a possui. A garota vê a modelo exemplo de vida saudável com um corpo perfeito e não consegue ter. O garoto acompanha o outro da mesma idade dele com o carro dos sonhos e sabe que não pode ter. Ou seja, as pessoas nutrem seus sentimentos através do que está ali publicado no Facebook e no Instagram, e por não ter o mesmo status social e financeiro daquelas pessoas acabam se deprimindo”, observa.

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Por outro lado, Fred lamenta que a sociedade em geral ainda não tenha percebido as diferenças entre as vidas real e digital. “A vida real tem momentos bons e ruins. Você pode ter um dia inteiro passando por situações difíceis e poucas boas, e vice-versa. Mas quando se fala no virtual é preciso entender que ali está apenas um recorte do real”.
 
“Ninguém vai querer expor nas redes sociais o que acontece de ruim, e as pessoas vão apenas alimentar suas páginas com os bons momentos. O resultado disso é que fica parecendo que as pessoas levam uma vida perfeita e isso desperta toda essa inveja e sentimentos negativos”, acrescenta o especialista.
 
Diante deste cenário, Furtado recomenda: “A família precisa conversar mais com estes adolescentes e jovens. Mostrar que a vida real e a vida digital são completamente diferentes e, por isso, ele não precisa se sentir inferior ao outro. Mas, se a situação se agravar, é sempre bom procurar ajuda antes que isso leve a consequências mais sérias”, completa.


Sobre o entrevistado:

Fred Furtado é um empreendedor e publicitário paulista e atua com foco na expansão do negócio e prospecção de clientes. Já atuou na rotina publicitária de diversos segmentos, como: cinema, automotivo, moda e bebidas.

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