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Coração em risco: cardiologista Roberto Yano alerta sobre os perigos da fumaça de queimadas para o sistema cardiovascular

Os danos mais sérios da poluição atmosférica ao coração são: alteração na coagulação sanguínea e estado pró-inflamatório, ocorrência de isquemia cardíaca, indução de arritmias cardíacas e levar à disfunção do coração

Consequências da fumaça de queimadas para o coração – Freepik/onlyyouqj

As frequentes queimadas e incêndios nesta época do ano podem trazer muito mais do que desconfortos na respiração, sensação de calor e ressecamento na pele. Os diversos elementos tóxicos presentes na fumaça, ao serem inalados, podem atingir a corrente sanguínea e chegar aos alvéolos pulmonares durante as trocas gasosas, gerando uma série de complicações para órgãos vitais, inclusive para o coração.

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Segundo dados de 2018, do Ministério da Saúde, no Brasil o número de mortes em decorrência à poluição do ar teve um salto de 14% em dez anos. Os casos passaram de 38.782 para 44.228 (com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM) e a maioria deles por questões relacionadas ao coração.

De acordo com o cardiologista Roberto Yano, o monóxido de carbono (CO) presente na fumaça de queimadas, por exemplo, quando em contato com o sangue, se liga à hemoglobina e prejudica a oxigenação das células e dos tecidos, podendo causar danos graves aos órgãos. 

Um dos danos mais sérios da poluição atmosférica ao coração é a alteração na coagulação sanguínea, provocando isquemia cardíaca, ou seja, uma redução do fluxo sanguíneo para o coração, e impedindo a oxigenação adequada. Além disso, a poluição pode levar a uma elevação da pressão arterial, ocorrência de arritmias e até evolução para disfunção cardíaca, alerta. Como consequência, segundo o especialista, há aumento no número de infartos em tempos de maior poluição.

Como prevenir e amenizar?

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É sabido que a fumaça pode viajar milhares de quilômetros pela ação do vento. Um exemplo disso foram as queimadas de 2020, no Pantanal, em que a névoa pôde ser vista em cidades como São Paulo. Por esta razão, a hidratação intensa se torna a maior aliada da saúde.

Beber muita água, ingerir verduras e frutas todos os dias, usar umidificador de ambiente, fazer lavagens no nariz com soro fisiológico diariamente, ter plantas dentro de casa, são as recomendações do médico. “Além disso, é importante evitar outros fatores que contribuem para os riscos cardíacos, como tabagismo, diabetes, sobrepeso e má alimentação”, completa.

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“Vale lembrar que existem medidas conjuntas para preservar o meio ambiente e que podem melhorar a qualidade do nosso ar, como o uso do transporte público, uso de bicicletas, plantio de árvores e, claro, não fazer queimadas”, ressalta Dr. Yano.


Sobre o especialista:

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Dr. Roberto Yano é médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela AMB.