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Caso Cristiano Ronaldo: morte de bebês gêmeos é rara em tratamentos de fertilização

Dr. Roberto Antunes, especialista em obstetrícia, esclarece às mamães que o problema que aconteceu com Cristiano Ronaldo é “muito raro em gestações que resultam de tratamentos de fertilização”

O jogador Cristiano Ronaldo e a mulher dele, Georgina Rodríguez, anunciaram a morte de um dos bebês gêmeos do casal nesta segunda-feira, 18 de abril – Instagram/ @georginagio

O jogador Cristiano Ronaldo e a mulher dele, Georgina Rodríguez, anunciaram a morte de um dos bebês gêmeos do casal nesta segunda-feira, 18, mas não disseram a causa da morte nem se ela ocorreu antes ou depois do parto. Dos dois filhos, apenas a menina resistiu.

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Um caso parecido foi destaque recente na ficção. Na novela Um lugar ao sol, que antecedeu Pantanal, o casal Ilana (Mariana Lima) e Breno (Marco Ricca) viveu o drama causado por uma gestação gemelar de risco. Na trama da TV Globo, um dos bebês também não resistiu e morreu no parto.

Ao analisar ambas as situações, o especialista em reprodução humana Dr. Roberto Antunes afirmou que a gestação gemelar em qualquer cenário, é uma gestação de maior risco comparada a uma gestação simples, mesmo os bebês estando completamente separados, assim como suas placentas.

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GESTAÇÃO GEMELAR: RISCOS E CUIDADOS

Segundo o médico, quando os bebês dividem a mesma placenta ocorre a chamada síndrome de transfusão feto-fetal, e o sangue passa desproporcionalmente de um bebê para o outro através da conexão dos vasos sanguíneos desta placenta compartilhada.

De acordo com o Dr. Roberto, essa é uma causa comum em caso de óbitos em gestações gemelares. Um problema que é muito raro em gestações que resultam de tratamentos de fertilização, “A grande maioria das gemelaridades associadas a fertilização, são as que você transfere mais de um embrião e, quando isso é feito, os embriões estão separados e não há síndrome feto-fetal”, esclarece o médico que também é especialista em obstetrícia e diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

A fertilização in vitro, por muitos anos, foi associada ao aumento de gestações múltiplas. Atualmente existem protocolos rígidos e recomendações expressas das entidades médicas para que no tratamento de Reprodução seja implantado apenas um embrião por vez, o que diminui a chance de gemelaridade. “Está cada vez mais difícil ver gestações gemelares após fertilizações in vitro, pois assim como os marcadores epidemiológicos mostram, se tem a diminuição do número de embriões que estão sendo transferidos por tentativa, consequentemente, existem menos gestações de gêmeos”, esclarece.

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O médico destaca ainda que mesmo quando apenas um único embrião é transferido, a possibilidade de uma gestação gemelar é muito baixa, em torno de 0,8 a 1,2%, de que esse embrião seja dividido. “Eu costumo muito falar para os meus pacientes que diferente do que a gente espera em uma fertilização in vitro, não é um beta HCG+, não é um teste de gravidez positivo, é um bebê saudável no colo. E, para isso, é muito melhor quando a gente consegue essa gravidez com a implantação de um embrião de cada vez”, finaliza o Dr. Roberto Antunes.


Dr. Roberto de Azevedo Antunes

Graduado em Medicina com Especialização em Reprodução Assistida e Endoscopia Ginecológica. Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Fisiologia Endócrina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É Diretor Médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, Diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida- SBRA. Doutorando em Ciências da Saúde, pelo programa de Endocrinologia da UFRJ. 

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