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Bebê x chupeta: acessório ajuda ou atrapalha na hora de dormir?

Pediatra destaca os prós e contras do uso da chupeta na hora do descanso dos pequenos

Bebê x chupeta: acessório ajuda ou atrapalha na hora de dormir? – FREEPIK/ gpointstudio
Bebê x chupeta: acessório ajuda ou atrapalha na hora de dormir? – FREEPIK/ gpointstudio

Os bebês nascem com uma característica muito importante: o reflexo de sucção. Eles têm a capacidade de sugar o seio materno, além de conseguirem chupar dedo, chupeta, paninho ou a mãozinha.

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E é no seio materno que a criança até os seis meses de idade realiza sua corregulação, ou seja, busca alívio do estresse, fonte de tranquilidade e controle das suas emoções, assim como a liberação de hormônios do bem-estar, como a endorfina.

“Por isso, os bebês novinhos buscam constantemente o seio materno para se alimentarem, diminuírem a tensão e para relaxarem”, explica o pediatra Dr. Odilo Queiroz.

De acordo com o médico, a sucção não nutritiva também traz alguns benefícios ao bebê como fonte calmante e terapêutica.

“As crianças aprendem rapidamente que podem prolongar esses efeitos com o uso da chupeta, com o dedo e alguns objetos”, destaca.

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Mas quais efeitos o uso da chupeta pode ocasionar ao sono?

A chupeta ajuda ou atrapalha?

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Existem estudos que comprovam que a chupeta relaxa o bebê e até reduz o risco da Síndrome da Morte Súbita do Lactente, e é por isso que a Academia Americana de Pediatria recomenda usar a chupeta à noite para os recém-nascidos. Enquanto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que os pais/cuidadores tenham uma visão clara e baseada em evidências dos “prós e contras” do uso de chupeta, para que, junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão informada quanto a oferecê-la ou não aos seus filhos.

Isso, porque o uso prolongado pode trazer algumas complicações, como interferir no adequado desenvolvimento da musculatura orofacial, prejudicando a fala e a mastigação, interferindo na formação da arcada dentária, na qualidade do sono e atrasar, ou mesmo impedindo, a consolidação da amamentação.

“Por conta desses fatos recomenda-se, caso os pais tenham optado pelo uso, a retirada da chupeta até os seis meses de idade, pois até esse período a criança ainda não criou laço emocional. Caso não seja possível, o máximo seria até um ano idade”, observa o pediatra.

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O especialista ressalta que quando a criança está entrando no estágio do sono profundo a chupeta cai da boca da criança e a mesma desperta e chora, solicitando a chupeta novamente e os pais acabam ficando a noite inteira colando a chupeta na boca da criança para que ela adormeça novamente. Isso dificulta a criança aprofundar no sono, mantendo um sono superficial, reduzindo a duração dos seus ciclos.

“Consequentemente, podemos desenvolver uma privação de sono, na qual a criança não tem um sono reparador, tendo sua qualidade de sono noturno prejudicada. Além disso, a chupeta pode levar à confusão de bicos, atrapalhando o processo da amamentação e levando ao desmame precoce. A criança não mama o suficiente durante o dia, acordando de madrugada para suprir essa necessidade que não foi saciada durante o dia”, observa.

Chupeta pode inibir o ato da criança em expressar suas emoções

É importante considerar também que a chupeta pode inibir o ato da criança em expressar suas emoções, como por exemplo, durante um episódio de frustração ou de raiva, onde a criança começa chorar e ganha a chupeta, evitando seu choro.

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“A indicação é retirar de uma só vez e oferecer outras formas de conforto no lugar, como o ninar, colo, abraço, o seio materno e o toque. Os bebês são muito resilientes e conseguem se adaptar às novas mudanças em três ou quatro dias. Os pais que pretendem tirar a chupeta de seus filhos após um ano de idade devem avaliar as questões emocionais e sensoriais que os filhos desenvolvem com a chupeta e solicitar a ajuda de um terapeuta infantil, caso necessário. Para as crianças mais velhas os pais devem fazer combinados, limitar o uso durante o dia, usar brincadeiras lúdicas e terapêuticas e fazer a criança colocar a chupeta para dormir a noite”, indica o Dr. Odilo Queiroz, que finaliza afirmando que o importante é que os pais tenham o conhecimento dos pontos positivos e negativos do uso da chupeta e como isso pode interferir no desenvolvimento de seus filhos e, assim, fazer escolhas conscientes.


Odilo Queiroz – Pediatra, formado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ), cursou Residência em Pediatria também no Hospital Medimagem e capacitação em Medicina do sono de crianças e adolescentes pelo instituto do sono.

Professor e fundador do Manual de Sobrevivência da Mãe, que é o maior programa por assinatura de orientação materna do Brasil. É especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É membro afiliado da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da Associação Brasileira de Sono (ABSono) e da Academia Americana de Pediatria (AAP).