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Atleta pode fazer uso de cannabis, oficialmente? Sim! Entenda o motivo

No Dia do Atleta Profissional, a Viva Saúde responde se a Cannabis é, oficialmente, liberada para atletas competidores

Atleta pode fazer uso de cannabis? Até que ponto ela é permitida? – FREEPIK/ jcomp

Dia 10 de fevereiro foi a data escolhida pelo Brasil para comemorar o Dia do Atleta Profissional. A ideia da celebração é homenagear a todos aqueles que lutam constantemente para superar os limites do próprio corpo fazendo do esporte a sua profissão. E para chegar ao alto rendimento, obter bons resultados e construir uma carreira sólida, a profissão traz algumas peculiaridades diferentes das demais. Além dos treinos, disciplina, cuidados e restrições, também faz parte da rotina, prestar contas as autoridades desportivas de que não faz uso de nenhuma substância ilícita para exercer suas atividades.

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O órgão máximo responsável por fazer este controle antidoping, que tem a função de detectar essas substâncias é a WADA – World Anti-Doping Agency (Agência Mundial Antidoping). O cannabidiol (CBD), um dos compostos presentes na cannabis sativa, era uma das substâncias proibidas pela agência, mas desde janeiro de 2018 foi retirado da lista tendo o seu uso liberado.

Uso da cannabis foi permitido em 2018 para atletas

De 2018 até aqui o uso de CBD entre os atletas tem crescido e se popularizado cada vez mais, não só pelos benefícios que oferece a parte psicológica, mas também pelos seus efeitos terapêutico e analgésico, auxiliando nas dores musculares. O médico do esporte Adriano Lotfi é um dos profissionais de saúde que passaram a adotar o uso de CBD entre seus pacientes e reforças os seus benefícios.

“Eu utilizo estes produtos desde 2021, que foi quando eu busquei me aprofundar mais sobre o assunto e tenho percebido que vem crescendo bastante a procuro de esportistas por esse tipo de tratamento. Eu acompanho muitos atletas de fisiculturismo e no caso deles que tem uma dieta restrita há um aumento da irritabilidade, do stress e ansiedade e o CBD acaba ajudando. Além disso, é muito útil em outros aspectos por ser anti-inflamatório, protetor neuronal, para esportes de contato como as lutas, melhora a qualidade do sono e todas essas propriedades ajudam em uma melhor performance e recuperação celular como um todo”, avalia Lotfi.

Darllon Cabral Agostinho (34) é atleta bodybuilder open, personal trainer e coach e faz o uso de dois suplementos à base de cannabis, um deles para o foco, outro para o relaxamento, antes de dormir, o que garante a ele um sono de mais qualidade.

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Treinando desde os 17 e competindo desde os 27 anos, numa rotina que envolve entre 2 e 3 horas, dependendo se estiver se preparando para uma competição, de 4 a 5 vezes na semana, o atleta afirma que sentiu uma grande diferença de qualidade de vida desde que começou a usar os produtos e por isso faz questão de aconselhar as pessoas do seu meio sobre os benefícios.

“Minha concentração melhorou, meu humor também, mas principalmente meu estresse, vivo muito melhor. Eu aconselho a maior parte das pessoas que tenho contato, que têm problemas constantes com estresse e problemas para dormir, pois é um modo natural, eficaz e seguro de melhorar a qualidade de vida. Tenho certeza de que no meu esporte principalmente o CBD será um grande aliado, seremos o maior público a consumir, já que somos considerados praticantes do esporte mais difícil do mundo, por ser uma modalidade onde você se dedica integralmente, 24 horas por dia, entre treinos, alimentação e descanso”, opina o fisiculturista.

+++ Cannabis medicinal: como o medicamento tem sido usado nos Jogos Olímpicos de Inverno

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A cannabis invade o esporte

Os Jogos Olímpicos do Japão de 2021, foi a primeira edição olímpica realizada após a liberação do CBD e contou com alguns atletas que fazem uso da substância por variados motivos. Daniel Chaves da maratona, por exemplo, após ter sido diagnosticado com síndrome bipolar depressiva encontrou na substância o tratamento mais eficaz garantindo o bem-estar mental que por consequência influencia no seu desempenho físico. No caso das jogadoras americanas de futebol Megan Rapinoe e Carli Lloyd contam com o CBD principalmente para lidar com as dores e recuperação física, sendo que Carli inclusive fez uso de medicamento canábico também para controlar uma inflamação, após ter passado por uma cirurgia no joelho.

Além dos atletas terem sido autorizados a fazer o uso da substância, outra mudança no cenário esportivo também foi em relação as marcas patrocinadoras, pois muitas empresas relacionadas ao mercado canábico tem aproveitado a oportunidade para realizar parcerias com os profissionais do esporte e ampliar a visibilidade dentro deste nicho. Os próprios atletas que antes buscavam não vincular suas imagens a determinados produtos que pudessem ser considerados “polêmicos”, atualmente não só acreditam nos benefícios destes produtos, como também investem neste segmento.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que teve a sua abertura no último dia 4 de fevereiro, o óleo de cannabidiol também tem marcado presença. Além de ser o segundo grande evento esportivo realizado após a retirada do CBD da lista de substâncias proibidas, permitindo que os atletas que participarem dessa edição também façam o uso, a planta aparece em outro formato, o de “cânhamo”. Nas pistas de skeleton e bobsled foram utilizadas fibras de cânhamo, no lugar das fibras plásticas, como reforço do concreto.

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“O mercado canábico tem muito potencial para ser explorado e eu acredito que a liberação do uso de CBD para atletas foi um passo muito importante não só para ampliar este mercado, mas principalmente para desmistificar certos tabus que ainda existem, já que a comunidade esportiva carrega alguns valores como: saúde, disciplina, integridade e acabam servindo de exemplo para outras pessoas. Com isso todos tendem a ganhar, o público em geral que passa a ter mais informação, a ter acesso aos produtos canábicos e se beneficiar deles, os profissionais da saúde que também encontra novas possibilidades para tratar seus pacientes e o mercado de forma geral, com a possibilidade de novos negócios”, avalia Bruno Magliari, empresário em uma empresa que investe no mercado de cannabis.