Um dos momentos mais esperados do dia é o de deitar na cama e descansar, mas até mesmo nessa hora algumas pessoas sofrem com a ansiedade para o fato de dormir. Conforme a ONG National Sleep Foundation, uma pessoa saudável, sem distúrbios de sono, por exemplo, leva de 10 a 20 minutos para adormecer.
“Dormir implica em deixar-se desligar, consiste em desfocar de tudo, deixar a mente fluir, os pensamentos livres. Uma vez que a pessoa está preocupada em dormir, sua mente foca nesta tarefa”, explica o psicólogo e psicanalista Ronaldo Coelho. Problemas do sono afetam a saúde e a qualidade de vida de cerca de 45% da população mundial, de acordo com a Sociedade Mundial do Sono.
Essa preocupação antes de dormir impede o relaxamento do corpo, como aponta o psicólogo. “E os pensamentos, em vez de se tornarem fluidos, se focam. É o movimento oposto daquele necessário para o sono. A pessoa não se entrega, e dormir bem implica em se entregar ao sono”.
+++ Bons sonhos, mas sem excessos! Grande frequência do fenômeno pode prejudicar a qualidade do sono
Com o Brasil ocupando o lugar de país mais ansioso de mundo, uma pesquisa do Ministério da Saúde feita com 17 mil brasileiros mostrou dados preocupantes: cerca de 86% dos entrevistados se enquadraram em algum tipo de ansiedade patológica. Na hora do descanso, o que pode ser prejudicial para uma noite de qualidade são os pensamentos excessivos “de que se poderia estar fazendo outra coisa, como se aquele tempo pudesse estar sendo aproveitado e não está, ou a ansiedade por não perder hora no dia seguinte, ou um foco na tarefa de dormir que impede o corpo de se entregar ao sono”.
Conforme a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia. O psicólogo fala que “as meditações de relaxamento, escaneamento corporal e indução de sono são técnicas que promovem esse desfocar, o desacelerar, o relaxamento e o permitir desligar-se”.
Meditações
“A meditação pode ser tão eficaz quanto uma medicação psicotrópica para dormir e, no longo prazo, se mostra superior às substâncias químicas”, explica Ronaldo, e ressalta que essa prática deve ser entendida como um exercício mental, e não como “uma pílula mágica de efeito imediato”. O psicólogo exemplifica que “quando estamos com a musculatura enfraquecida ou atrofiada é sempre mais difícil no começo, mas não tem outro caminho senão o de manter a constância para que, pouco a pouco, venham os resultados numa curva exponencial”. Por isso a importância de compreender esse processo e não desistir antes dos resultados esperados e significados aparecerem.