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Ansiedade dos brasileiros desencadeia transtornos que podem ser passados para as gerações futuras

Published 13/10/2021

Ansiedade pode afetar comportamentos de outras gerações - Freepik/Pixabay

O Brasil está entre os 5 países mais conectados do mundo, além de ser o 3º em uso diário e é justamente na internet que é possível reconhecer certas atitudes que preocupam especialistas. Entre os comportamentos, o excesso de ansiedade, o egoísmo, o narcisismo, o negacionismo, a propagação de fake news, o exibicionismo e a arrogância são características de um narcisismo patológico. 

De acordo com os estudos do PHD, neurocientista e biólogo Dr. Fabiano de Abreu, publicados na revista científica Cognitionis, questões culturais podem ter culminado na formação de uma personalidade dramática para a sociedade brasileira. Desse modo, existem alguns transtornos como o Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH), Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN), Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) e Transtorno de Personalidade Borderline (TPB); que exemplificam as perturbações de uma personalidade dramática.

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O especialista explica ainda que o cérebro humano não se encontra totalmente adaptado à realidade contemporânea, tendo ainda instintos ligados à sobrevivência e manutenção da espécie e, justamente por isso, as disfunções provenientes do instinto humano não adaptado à cultura causam consequências generalizadas para a sociedade.

Personalidade dramática

Os padrões de comportamento das pessoas com personalidade dramática se relacionam com a liberação de neurotransmissores que tragam a sensação de bem-estar. Logo, a ansiedade, por causar justamente o contrário, é uma espécie de amplificador de atitudes que podem ser observadas em transtornos como o TPH. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo.

A necessidade de ser o centro das atenções, ser sexualmente sedutor, ter emoções inconstantes, ser emocionalmente exagerado, arrogância, a manipulação, a incoerência, o vitimismo e o medo de ser abandonado, por exemplo, são características decorrentes de disfunções de personalidade comuns a pessoas com personalidade dramática.

O Dr. Fabiano de Abreu acredita que a melhor forma de solucionar o problema que afeta a sociedade brasileira, de modo geral, é o tratamento de neuroterapia e psicoconstrução, “Estamos vivendo a fase das personalidades dramáticas. A sociedade está sofrendo um derivado de ansiedade, pela sua cultura e necessidade de recompensa. Quanto mais constante e intensa a ansiedade, mais o ser humano entra em uma atmosfera negativa. De posse deste conhecimento, a criação de terapias como a psicoconstrução e neuroterapia visa tratar o paciente de acordo com a genética, personalidade e comportamento”, detalha o neurocientista. Para ele, também urgem mudanças no processo escolar parental visando proteger o futuro da sociedade brasileira.


Sobre o autor

Fabiano de Abreu Rodrigues  é PhD, neurocientista com formações também em neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências. 

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