Acidente de Fernanda Montenegro: Por que costelas quebradas podem ser mais perigosas para idosos?
Entenda como costelas quebradas após quedas, como o caso da atriz Fernanda Montenegro, podem até mesmo afetar a respiração
Entenda como costelas quebradas após quedas, como o caso da atriz Fernanda Montenegro, podem até mesmo afetar a respiração
No início do mês de maio, a atriz Fernanda Montenegro sofreu uma queda perigosa em sua casa. Aos 95 anos, o escorregão sofrido pela artista deixou suas costelas quebradas. Além de ter sido uma lesão grave, o que também preocupa é a idade da atriz imortalizada na Academia Brasileira de Letras (ABL). Conforme a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), as quedas acima de 65 anos se configuram na principal causa de morte acidental nessa faixa etária.
Para se ter uma noção sobre a gravidade de fraturas nessa região do corpo, o ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo Dr. Layron Alves explica que as costelas funcionam como uma espécie de caixa que protege os tecidos mais nobres do organismo, ou seja, coração, pulmão e grandes vasos. Quando uma condição como a de Fernanda Montenegro ocorre em um idoso, o médico destaca que a gravidade pode ser pior por conta da recuperação, que costuma ser mais demorada e trabalhosa.
Um tombo que danifica as costelas como o caso do grande ícone do filme Central do Brasil (1998) pode, até mesmo, afetar a respiração. “O que complica é quando se tem mais de um arco costal fraturado, pois você tem a denominação de um possível tórax instável, o que dificulta muito a forma como ocorre a respiração”, explica o Dr. Layron, que também é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
O médico explica, ainda, que “a respiração é um processo de vácuo, em que a pressão negativa traz o oxigênio para dentro dos nossos pulmões e, sem esse processo estar bem estabelecido, fica difícil de respirar”. Outro ponto destacado é que a respiração faz com que as costelas se movam, então, quando há uma fratura, essa ação provoca muita dor.
Em meio a esse problema grave para a saúde do grupo da terceira idade, a SBGG aponta que de 30% a 40% das pessoas dentro dessa faixa etária caem pelo menos uma vez por ano. Para que acidentes como esse sejam evitados, é preciso tomar alguns cuidados simples, como retirar os tapetes da casa de um idoso e objetos no caminho de seu lar, como bem alerta o ortopedista. “Evitar o uso de chinelinhos ou calçados que acabem por favorecer uma entorse ou um tropeço”.
Ainda, como os idosos tendem a ir mais ao banheiro, principalmente durante a noite, o Dr. Layron orienta que o trajeto até esse ambiente seja bem iluminado. “Se possível colocar aparadores na região do vaso sanitário para auxiliar no momento de se sentar e de se levantar durante a ida ao banheiro e também durante o banho”, complementa.
Sobre a fonte:
O Dr. Layron Alves é ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.