Publicidade

Síndrome de Down: especialistas pedem mudança da nomenclatura para ‘Trissomia 21’

Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, alerta para a importância da intervenção precoce e multidisciplinar para ajudar no desenvolvimento da fala, da alimentação e de outros aspectos

Síndrome de Down: intervenção precoce ajuda no desenvolvimento da fala – FREEPIK

Reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), 21 de março marca o Dia Internacional da Síndrome de Down e tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a síndrome genética – e não doença – caracterizada pela presença de três cromossomos 21 nas células de um indivíduo.

Publicidade

Como outras campanhas e dias de conscientização, a data também marca também a luta por dignidade, inclusão e bem-estar dessas pessoas e pela mudança da nomenclatura para Trissomia 21 ou T21.

“A síndrome é caracterizada pelo cromossomo a mais, que chamamos de ‘cromossomo do amor’. E essa diferença genética traz algumas características físicas marcantes como os olhinhos mais puxados, a implantação das orelhas mais baixa e o nariz mais achatado. A T21 também apresenta algumas características cognitivas e, por isso, a intervenção fonoaudiológica precoce é muito importante”, explica a fonoaudióloga e diretora do BakyKids Centro de Especialidades, Daniella Sales Brom.

+++ Síndrome de Down e perda auditiva: qual a relação entre as duas condições?

+++ Pela primeira vez, Victoria’s Secret contrata modelo com Síndrome de Down
 

Publicidade

INTERVENÇÕES PRECOCES AJUDAM NO DESENVOLVIMENTO DOS PACIETES DA TRISSOMIA 21, OU SÍNDROME DE DOWN

A partir do primeiro dia de vida já é possível fazer uma intervenção para melhorar a pegada do bebê durante a amamentação e, a partir dos 15 dias de vida, já começam as estimulações na musculatura, de maneira passiva e até exercícios ativos. “Por eles terem a musculatura muito mais flácida, o bebê com T21 tem dificuldade para fazer a pega correta então já atuamos nesse primeiro momento. Após os 15 dias de vida avaliamos a postura global da criança com ajuda de equipe multidisciplinar”, afirma Daniella.

ACOMPANHAMENTO MULTIDISCIPLINAR

O acompanhamento multidisciplinar faz toda diferença. Com a fonoaudióloga, é feita a avaliação detalhada da postura da língua, lábios, bochechas e laringe para que se tornem mais adequados e ajudem na introdução alimentar, momento que inicia o preparo para o desenvolvimento da fala e da linguagem das crianças. Existem muitas técnicas avançadas para trabalhar fala e linguagem com essas crianças e, quanto mais precoce a intervenção, melhor.

Publicidade

Um exemplo são as faixas adesivas da kinesioterapia, que ajudam a trabalhar a musculatura facial da criança e ajuda nas estimulações cognitivas.

“Algumas crianças têm maiores dificuldades intelectuais do que outras e algumas tem a T21 associada ao TEA (Transtorno do Espectro Autista). Mas a maior dificuldade da fala para essas crianças, e que tenho recebido muito no consultório, são crianças com T21 associado à apraxia de fala da infância, que é um distúrbio motor da fala com origem neurológica resulta da dificuldade na consistência e precisão dos movimentos necessários a fala”, explica Daniella.

Fisioterapia tem papel importante

A fisioterapia deverá ser iniciada o mais cedo possível, assim que houver liberação médica e auxilia, especificamente, no desenvolvimento motor da criança, estimulando habilidades motoras e facilitando o desenvolvimento de bons padrões de movimento. “Quanto antes iniciado o tratamento, mais benefícios a criança poderá ter visto que a plasticidade neural tem sua maior intensidade nos primeiros meses de vida”, explica a fisioterapeuta do BabyKids Centro de Especialidades, Camila Vaz.

Publicidade

Com o acompanhamento adequado, as crianças experimentam o movimento apropriado, estabelecendo padrões de movimento de melhor qualidade e evitando os desalinhamentos posturais. “Os brinquedos são um bom suporte para auxiliar a mudança de transição da criança, visto que, pelo interesse pelo brinquedo ela vai se deslocar e mudar de posição. As brincadeiras auxiliam tanto para atividade motora quanto para a estimulação, mental e afetiva”, diz Camila.