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Setembro amarelo e acne: quando a doença é grave exige suporte mental; entenda

Dermatologista e psicóloga explicam mais sobre o tema e o que fazer para melhorar

Acne: quando a doença é grave exige suporte mental – Freepik

O suicídio é um comportamento multifatorial associado a diferenças culturais, status socioeconômico, desemprego, alcoolismo e doença mental. Já a acne é uma doença cutânea comum, multifatorial, desde comedões abertos e fechados; pústulas e até cistos, mas que podem levar a cicatrizes. Ela pode atingir várias faixas etárias, mas surge na adolescência, sendo que as mulheres sofrem mais com o problema por volta dos 20 anos ou mais.

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Tanto a acne ativa quanto as cicatrizes impactam na autoestima já que leva as pessoas ao isolamento social, depressão e até mesmo ideação suicida. Foi o que constatou uma pesquisa publicada em junho de 2021, pelo Departamento de Dermatologia, do The People’s Hospital of Yuxi City (China), que fez uma meta-análise sobre os temas acne e suicídio.

Na década de 1990, um estudo publicado pelo The British Journal of Dermatology (Reino Unido), relatou que 7 dos 16 casos de suicídio consumado entre pacientes dermatológicos foram devido à acne. A idade média dos 7 pacientes com acne que cometeram suicídio era de 20,4 anos.

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Durante o mês de setembro, o chamado Setembro Amarelo, alerta para conscientização e prevenção do suicídio. Em junho deste ano, pela primeira vez em sua história, o Serviço Nacional de Saúde Inglês recomendou um suporte de saúde mental para pessoas gravemente afetadas pela acne. A orientação aconselhava os médicos a considerarem encaminhamentos para aqueles com história de condições como depressão grave e ansiedade. 

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“A acne afeta a aparência, a autoestima e pode levar ao isolamento e a transtornos mentais. Como é uma doença, é preciso acompanhamento mensal com o dermatologista e cuidados diários em casa, para controle e resultado. A pele é estímulo constante e se não cuidar de forma específica, a acne piora e volta, deixa cicatrizes”, explica a especialista em dermatologia, Geisa Costa, membro da Sociedade Latino Americana de Dermatologia Pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Laser.

“Pode ser indicado ainda um tratamento multidisciplinar, com acompanhamento de um nutricionista, para uma alimentação equilibrada e que contribui para melhorar a qualidade da pele, e uma terapia, que vai focar no bem-estar do paciente. Além do acompanhamento com psicólogo e psiquiatra”, sugere Geisa Costa.

A psicóloga e neurocientista Anaclaudia Zani Ramos, explica que reconhecer a acne como doença é o primeiro passo para mudança, principalmente se você está com baixa autoestima ou evitando qualquer tipo de socialização por conta do problema. “Alguns se lamentam, o que é ruim, vai dar uma desordem emocional, pode até levar a uma ideação suicida, porque não observam saída para o problema”, conta a especialista. 

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O cérebro é reativo. Se você olha na frente do espelho, está com esse problema e não gosta do que vê, esse estímulo é uma reação espontânea, e cada vez essa experiência fica pior. O melhor que você pode fazer é falar que entendeu, que não gosta e se fazer perguntas. O que eu posso fazer para mudar isso? Será que já não está na hora de procurar um especialista? “No tempo de cinco segundos, se fizer uma pergunta, o seu cérebro vai te trazer umas 30 soluções positivas. Neste caso da acne, desde procurar um dermatologista até mesmo fazer terapia. E isso é comprovado por pesquisas e exames com imagem”, garante a psicóloga a neurocientista. 

É um exercício que parece simples, mas é importante. “A informação salva e te dá uma outra perspectiva de como o cérebro funciona. Com isso, você agora tem uma escolha positiva para fazer”, sentencia Anaclaudia Zani Ramos. 

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