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Processo de luto! Especialista explica a melhor maneira de ajudar uma pessoa que está passando por essa dor

O luto é vivenciado de forma particular e individual por cada pessoa

Processo de luto e como ajudar – Freepik/freepik

O luto é algo que ninguém gostaria de passar, mas que está presente no mundo onde vidas nascem e morrem todos os dias. Mas esse sentimento de muita vulnerabilidade para o ser humano parece ter sido mais evidenciado desde que as gerações existentes nesse período têm vivenciado uma pandemia que já fez milhões de vítimas fatais de Covid-19. Além desse fator, muitos outros fazem com que famílias sofram a perda de um ente querido. 

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De acordo com o Sincep (Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil), foram esperados mais visitantes em cemitérios no Dia de Finados de 2021 do que o de 2019. E para ajudar uma pessoa que está passando por esse processo, o psicólogo e psicanalista Ronaldo Coelho explica o seguinte: “Nesse sentido, o melhor é se colocar como quem não precisa fugir do sentimento que vier, que não precisa mascarar a dor ou a ausência dela”. O médico ressalta que essa é uma experiência muito individual e singular e, mesmo com o intuito de dar um suporte, a verdade é que “nós nunca sabemos de antemão o que será melhor para cada pessoa, nem mesmo sabemos para nós mesmos, muitas vezes”.

Mesmo com o sentimento de solidariedade, é difícil saber agir nessas horas. Para quem está junto e quer ajudar, o melhor é simplesmente estar junto, e só. Não conclua a partir das próprias convicções o que a outra pessoa precisa. O ideal é colocar-se disponível e sentir a outra pessoa, sentir junto. Quando uma ideia vier, consulte a outra pessoa e respeite o que ela achar. Neste sentido, só podemos ajudar na direção daquilo que for compreendido pelo outro como uma real ajuda. Caso contrário, estaremos simplesmente deixando as coisas ainda mais difíceis”, diz o psicólogo.

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Conforme o livro “Sobre a Morte e o Morrer” (1969), da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, os estágios do luto são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. “É esperado que essa dor aconteça de forma cíclica: em alguns momentos vem muito forte, depois parece que foi superada, e depois volta como se nunca tivesse ido embora”, aponta Ronaldo. Mas sabe aquele álbum de fotos cheio de sorrisos? Guardar as boas lembranças de ente querido é uma maneira de amenizar essa experiência tão sofrida e dolorosa. Para o psicólogo, esse ato é “como se pudéssemos decalcar o lápis sobre os traçados de um desenho, como quem deixa registrado com maior nitidez a parte mais bonita dele”. Além disso, “é uma forma de prestar homenagem à pessoa falecida, mantendo-a viva pelo que de melhor ela pode produzir em nós. Mas também uma forma de guardar em si algo que seja maior que a dor, um sentimento de carinho, admiração e amor que superem o sofrimento da perda”.

Cada um tem o seu tempo de luto, mas quando o “seguir a vida” parece estar sendo bloqueado de certa forma, a busca por um profissional de saúde mental pode ajudar, em que será feita uma avaliação cautelosa. “A psicoterapia, em especial, tem por função auxiliar a compreender os motivos que levaram esse luto se tornar tão complicado. E sempre será um erro predizer o motivo de forma generalista ou arbitrária. Somente um processo cuidadoso de análise pode ajudar a encontrar onde verdadeiramente está o nó e possibilitar que ele se desamarre quando a situação se agrava.
 

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