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Obesidade: uma doença crônica e também um fator de risco para outras patologias; saiba mais sobre suas características e tratamentos

No Brasil, 96 milhões de pessoas já possuem algum grau de obesidade

Causas e tratamentos da obesidade – Freepik/jcomp

A obesidade é uma doença crônica que tem como definição o acúmulo excessivo de gordura no corpo, que levará ao desenvolvimento de várias doenças como a hipertensão arterial sistêmica, diabetes do tipo 2, elevação dos níveis de colesterol e triglicérides, esteatose hepática (gordura no fígado), problemas ortopédicos, aumento do câncer de intestino, entre outros.

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Dessa forma, o Dr. André Augusto Pinto, cirurgião geral e cirurgião bariátrico explica que a obesidade é considerada não só uma doença, mas também um fator de risco para outras patologias e ocorre, na maioria das vezes, porque as pessoas consomem mais energia (alimentos) do que gastam no dia a dia, e esse (des)balanço energético promove o ganho de peso.

Esta doença representa a maior pandemia do mundo e também no Brasil. Hoje, em nosso país e no mundo, existem mais pessoas obesas do que desnutridas. Seis em cada dez brasileiros estão acima do peso, ou seja, temos 96 milhões de pessoas com algum nível de obesidade, que é medida pelo Índice de Massa Corpórea, IMC, (calculado pelo peso dividido pelo quadrado da altura). Ainda sobre o cenário nacional, 20% dos brasileiros já são considerados obesos. Além disso, a porcentagem de crianças e adolescentes acima do peso tem subido rapidamente nos últimos anos.

Classificada como uma doença crônica, complexa e multifatorial, a obesidade é desencadeada por fatores genéticos, disfunção hormonal ou endócrina e, principalmente, pelo estilo de vida, que inclui alimentação inadequada, rica em gorduras e carboidratos, e ao sedentarismo. Tudo isso está relacionado diretamente ao modo de vida da sociedade moderna, que tem uma rotina de trabalho exagerada, um dia a dia frenético, com tempo para refeições, atividades físicas e lazeres ao ar livre cada vez mais escasso, fazendo com que muitas famílias optem por refeições rápidas, muitas vezes ricas em calorias e industrializadas, e pobres em nutrientes como os famosos fast foods.

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A sociedade moderna se tornou mais sedentária, com as crianças passando cada vez mais tempo em frente aos computadores, videogames, televisão e, agora, celulares, praticando menos ou nenhuma atividade física. Mas vale destacar que a criança acima do peso será o adolescente e o adulto obeso e, como dito, os níveis de obesidade são calculados pelo IMC, método mundialmente utilizado para diagnosticar e classificar o grau de obesidade. O IMC entre 20 e 25 é considerado normal, entre 25 e 30 já é considerado que a pessoa está com sobrepeso, entre 30 e 35 é obesidade leve grau 1, entre 35 e 40 obesidade grau 2 moderada e entre 40 e 50 obesidade grau 3 grave, a famosa obesidade mórbida, já pacientes com IMC acima de 50 são considerados os pacientes super obesos.

Não podemos deixar de falar também de fatores psicológicos e sociais, como o bullying com crianças obesas e o preconceito com adultos obesos, situação muito frequente e pouco divulgada, tanto no trabalho como na sociedade como um todo, chamada hoje de gordofobia e que aumenta a cada dia em nosso país.

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Os tratamentos para obesidade

O tratamento da obesidade pode ser feito por meio de dieta adequada, atividade física, mudança de hábitos alimentares e de vida e adoção de hábitos mais saudáveis no geral, além de medicamentos e até tratamento cirúrgico para aqueles pacientes com IMC acima de 40, obesidade mórbida. Isso deve ser feito através de determinação por equipe médica especializada, e é um tratamento individual associado à equipe multidisciplinar como médico endocrinologista, cirurgião bariátrico, psicólogo, nutricionista e outros profissionais.

O melhor tratamento para obesidade continua sendo a prevenção. No que diz respeito à alimentação, o indivíduo deve ingerir vegetais, frutas, legumes e fibras em geral. Também deve reduzir o consumo de gorduras e açúcares, além dos alimentos industrializados. Além disso, um estilo de vida mais ativo, como percorrer pequenas distâncias a pé ao invés de utilizar o carro, dar preferência em utilizar as escadas ao invés de elevadores, todas são mudanças simples adotadas no dia a dia e que podem prevenir esta e outras doenças, além de melhorar, e muito, a nossa qualidade de vida. Por isso a importância da mudança de hábitos.

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O Brasil está entre os cinco países com mais obesos no mundo e o segundo país que mais realiza cirurgia bariátrica, perdendo apenas para os Estados Unidos, que está em primeiro lugar em número de obesos. A cirurgia bariátrica é consenso entre os especialistas como melhor tratamento para pacientes com obesidade grave (obesidade mórbida) e também para pacientes com obesidade grau 2, moderada, que apresenta doenças relacionadas à obesidade como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, entre outras.

É uma cirurgia segura, feita na maioria dos casos por videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo, com excelentes resultados, mas que deve ser realizado por médico especialista, o cirurgião bariátrico, credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e por uma equipe multidisciplinar associada a esse cirurgião.

Além de tratar a obesidade com perda de peso em torno de 30 a 40% do peso total do paciente em torno de um ano, a cirurgia bariátrica vai também tratar as doenças relacionadas, melhorando muito a qualidade de vida desses pacientes.

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Por fim, tratar a obesidade no Brasil é, em último caso, melhorar a qualidade de vida de toda a população, começando com a conscientização das famílias de que a obesidade é uma doença grave e complexa, e que melhorando a alimentação das crianças desde o aleitamento materno, creches e escolas, em suas residências e estimulando cada vez mais as atividades físicas, vai acarretar na melhoria da saúde da população como um todo.