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Comunidade científica se posiciona em relação à vacinação em crianças, com imunizante da Pfizer

A Anvisa aprovou a vacina contra Covid-19, fabricada pela Pfizer, para crianças de 05 a 11 anos

Posicionamento da comunidade científica sobre a vacinação em crianças – Freepik/freepik

Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina contra Covid-19, fabricada pela Pfizer, para crianças de 05 a 11 anos, o Governo Federal criou tensões acerca da decisão – o que desencadeou até mesmo ameaças a membros do órgão sanitário. Diante desse cenário, a comunidade científica reagiu com posicionamentos para a sociedade sobre o imunizante para as crianças

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Nesta terça-feira, 21, a Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência manifestaram o seu apoio à imunização das crianças e afirmaram que a ação deve iniciar de forma imediata. “Não apenas a Anvisa, que merece o mais alto respeito, mas o FDA e o CDC nos Estados Unidos e agências semelhantes na Europa aprovaram e estimulam a vacinação como imprescindível para o controle da doença, evitando sofrimento e mortes nessa faixa etária tão importante”.

Ainda, as entidades cobraram uma resposta responsável do Ministério da Saúde e destacaram que toda a ação de combate à doença, baseada em evidência científica, se mostrou efetiva desde o começo da pandemia. “Foi assim com o uso da máscara, o distanciamento físico e a necessidade de vacinar rapidamente a população brasileira adulta”

Já nesta segunda-feira, 20, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI) também mostraram apoio à imunização infantil. “A SBIm, a SBP e a SBI manifestam-se favoráveis à autorização, por entenderem que os benefícios da vacinação na população de crianças de 5 a 11 anos, com a vacina Comirnaty, no contexto atual da pandemia, superam os eventuais riscos associados à vacinação.

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VACINAÇÃO EM CRIAÇAS: PONTOS DESTACADOS PELA SBP E SBI

Ainda, no documento, a SBP e a SBI destacaram três pontos sobre o uso da vacina no grupo infantil. A primeira consideração é em relação ao impacto significativo da doença em crianças, conforme dados do próprio Ministério da Saúde, “incluindo, até o momento, milhares de hospitalizações e centenas de mortes pela COVID-19 no grupo etário em questão”. Além disso, é destacado que a Covid longa e a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) são condições graves para essa faixa

O outro ponto é sobre os benefícios e riscos da vacinação em que, no documento, é apontado que as três fases do estudo com o imunizante Comirnaty apresentaram respostas de anticorpos neutralizantes da doença e sem efeitos colaterais graves. “Além disso, houve demonstração de eficácia de 90.7% (IC95%, 67,7 a 98,3%) para a prevenção da Covid-19 pelo menos sete dias após a segunda dose e em um período de, aproximadamente, 2-3 meses”

No mesmo tópico, a comunidade destaca que o estudo apresentado à Anvisa teve um menor tamanho amostral e um período curto para a determinação de segurança a longo prazo. “Por outro lado, temos hoje mais de cinco milhões de doses aplicadas desta vacina em crianças de 5-11 anos nos Estados Unidos da América (EUA) e em outros países, com dados de farmacovigilância não revelando eventos adversos de preocupação”

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Por último, SBP e a SBI falam da importância do fabricante prestar atenção em possíveis casos adversos e a necessidade de continuar a realização de estudos. “O fabricante deverá manter vigilância de eventos adversos indesejáveis pós-comercialização (fase 4), assim como não medir esforços para orientar de forma clara e sistemática questões relacionadas à conservação, diluição e aplicação deste imunobiológico”

Em relação a pesquisas, as sociedades recomendam “a realização de estudos que possam identificar a eficácia/efetividade na prevenção de infecção assintomática; possibilidade de coadministração com outras vacinas pediátricas; uso da vacina em esquemas alternativos, com intervalos de doses superiores aos utilizados no estudo; além de dados de resposta imune celular”.

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