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Câncer cerebral e tratamento: avanços importantes no campo da pesquisa da doença aumentam esperança de pacientes

Avanços importantes na compreensão e perfil do câncer cerebral têm aumentado a esperança de médicos e pacientes que lidam com um dos tumores de pior prognóstico

Câncer cerebral e tratamento: avanços nos estudos aumentam esperança de pacientes – FREEPIK

O campo de pesquisa do câncer cerebral se expandiu e avançou nos últimos anos, à medida que cientistas e médicos aumentaram seus conhecimentos sobre a doença. “Nos últimos anos, houve alguns avanços importantes, especialmente na compreensão de como os tumores cerebrais evoluem e, em seguida, na identificação de vulnerabilidades potenciais em tumores cerebrais com oportunidades de atacá-los”, diz o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). “Recentemente, por exemplo, um estudo publicado na Nature Genetics traçou ‘perfil’ de tumores cerebrais, dando esperança para abertura de portas para tratamentos”, acrescenta o médico.

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Segundo o médico, foi criada também a GBM AGILE (Glioblastoma Adaptive Global Innovative Learning Environment), que é a primeira plataforma de ensaio adaptativo com o objetivo de avaliar terapias eficazes para pacientes com glioblastoma e combiná-las com subtipos de pacientes. “Essa plataforma é liderada por líderes de opinião importantes de primeira linha no campo do tratamento do Gliobastoma e tem o apoio coletivo de um grupo internacional de mais de 130 médicos, pesquisadores, bioestatísticos, imageadores, patologistas, líderes do governo e da indústria e defensores dos pacientes”, diz o neuro-oncologista. “Atualmente, existem três braços neste programa contra um braço de controle, dando aos pacientes ainda mais oportunidade de encontrar um medicamento que possa funcionar para eles. Isso tem sido uma verdadeira inovação na maneira como fazemos os testes clínicos”, explica o médico.

+++ Câncer cerebral e tratamento: avanços nos estudos aumentam esperança de pacientes

MEDICAMENTOS PARA PACIENTES COM CÂNCER CEREBRAL

Também houve avanços positivos na continuação da avaliação de novas classes de medicamentos para pacientes com tumores cerebrais, explica o Dr. Gabriel. “Por décadas, especialmente os pacientes com câncer cerebral maligno, tudo o que eles tinham era cirurgia, radioterapia e quimioterapia. E agora, nos últimos anos, vimos muito mais oportunidades de experimentar uma classe de drogas chamadas drogas de reparo de danos no DNA, que são projetadas para inibir a capacidade dos tumores cerebrais de se proliferarem, na medida em que agem na reparação do próprio DNA. E essas drogas têm se mostrado muito promissoras no câncer de ovário e de mama, e agora no câncer cerebral”, diz o neuro-oncologista.

Da mesma forma, a pesquisa de imunoterapias para vários tipos de câncer no cérebro progrediu. “Vários testes clínicos estão em andamento para desenvolver vacinas personalizadas para atacar tumores cerebrais usando células T do próprio paciente, controlando o sistema imunológico do corpo. Estas são duas estratégias muito novas e promissoras no desenvolvimento de tratamentos para tumores cerebrais que agora estão em testes clínicos de ponta que esperamos que tenham sucesso, mas são os primeiros dias”, diz o Dr. Gabriel. “E precisamos de testes clínicos bem controlados para descobrir se essas abordagens vão funcionar, mas é uma grande inovação no campo do câncer cerebral.”

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Outros avanços empolgantes em andamento, de acordo com o neuro-oncologista, incluem pesquisas financiadas pela National Brain Tumor Society para entender como os tumores crescem e como alterar o metabolismo dentro de um tumor cerebral para fazê-lo “morrer de fome”, usando estratégias até mesmo dietéticas, como a dieta cetogênica. “Mas, mais estudos precisam ser feitos nesse campo”. Um ensaio clínico no Monte Sinai busca desenvolver uma vacina peptídica única em pacientes com glioblastoma recém-diagnosticado. “Os pesquisadores estão mais abertos do que nunca às contribuições do paciente para a pesquisa e à experiência do paciente e aproveitando esses dados para projetar novos estudos que podem ajudar mais pacientes. Então, estou muito animado com essas novas pesquisas para que possamos obter melhores resultados de saúde para pacientes com câncer no cérebro”, finaliza o médico.

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FONTE:

*DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA: Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).

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