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Caminhar 30 minutos por dia após sofrer um derrame reduz em 54% risco de morte precoce, diz estudo

Após sofrer um derrame, pacientes devem introduzir atividade física como caminhar, correr ou andar de bicicleta, pois isso reduz o risco de morte precoce. Pesquisa foi publicada na edição online da Neurology, revista médica da American Academy of Neurology

Caminhada é benéfica após derrame – Unsplash/Arek Adeoye

Um novo estudo mostra que pessoas que caminham ou correm pelo menos três a quatro horas por semana, ou andam de bicicleta pelo menos duas a três horas por semana, após ter um derrame, podem ter um risco 54% menor de morte por qualquer causa. A pesquisa foi publicada na edição online de 11 de agosto de 2021 da Neurology, a revista médica da American Academy of Neurology.

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“O estudo encontrou o maior benefício para os sobreviventes de AVC (Acidente Vascular Cerebral) mais jovens. Quando as pessoas com menos de 75 anos praticavam pelo menos essa quantidade, o risco de morte era reduzido em 80%. Uma melhor compreensão do papel da atividade física na saúde das pessoas que sobrevivem ao derrame é necessária para projetar melhores terapias de exercícios e campanhas de saúde pública para que possamos ajudar esses indivíduos a viver mais”, explica o Dr. Juliano Burckhardt, médico cardiologista, geriatra e nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

“Os resultados do estudo são empolgantes, porque apenas três a quatro horas por semana de caminhada estavam associadas a grandes reduções na mortalidade, e isso pode ser alcançado por muitos que sofreram AVC. Além disso, o estudo descobriu que as pessoas obtiveram benefícios ainda maiores com caminhadas de seis a sete horas por semana”, acrescenta.

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O estudo analisou 895 pessoas com idade média de 72 anos que tiveram um derrame anterior e 97.805 pessoas com idade média de 63 anos que nunca tiveram um derrame. A atividade física semanal média foi avaliada a partir de questões sobre exercícios como caminhada, corrida, musculação, ciclismo e natação. Por exemplo, foi perguntado às pessoas:

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“Nos últimos três meses, quantas vezes você caminhou para fazer exercícios? Quanto tempo você gastou em cada ocasião?”. Os pesquisadores usaram a frequência e a duração de cada tipo de atividade física para calcular a quantidade de exercício.

Os pesquisadores acompanharam os participantes por uma média de cerca de quatro anos e meio. Eles descobriram a maior redução na taxa de mortalidade entre pessoas que tiveram um derrame anterior, mas tinham menos de 75 anos de idade. Nesse grupo, 11% dos que praticaram pelo menos a quantidade mínima morreram, em comparação com 29% que não o fizeram.

“Pessoas com AVC anterior que tinham menos de 75 anos de idade e atingiram o nível mínimo de atividade física tinham cerca de 80% menos probabilidade de morrer durante o acompanhamento do estudo do que aquelas que não faziam exercícios. Pessoas com mais de 75 anos de idade que exerceram o mínimo tiveram menos benefícios, mas ainda tinham 32% menos probabilidade de morrer”, diz o médico cardiologista e geriatra.

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Os resultados sugerem que obter uma quantidade mínima de atividade física pode reduzir a mortalidade a longo prazo por qualquer causa em sobreviventes de derrame, concluiu o trabalho. “Devemos enfatizar isso particularmente para sobreviventes de derrame cerebral que são mais jovens, pois eles podem obter os maiores benefícios para a saúde caminhando apenas trinta minutos por dia”, finaliza o cardiologista e geriatra Dr. Juliano Burckhardt.


DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Cardiologista, Geriatra e Nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Especialista também em Clínica Médica, Medicina de Urgência e Ergometria. É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal. Atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. É diretor médico do V’naia Institute. Diretor Científico Brasil da European Academy of Personalized Medicine. Membro do Corpo Clínico do Hospital Sírio Libanês.
 
LINK: https://n.neurology.org/content/early/2021/08/11/WNL.0000000000012535

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