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6 alimentos ou bebidas que devem ter o consumo minimizado ao máximo durante (e após) a pandemia

Acredite, esses alimentos podem causar grandes prejuízos ao organismo, afetando, inclusive, o sistema imunológico, devendo então serem, se possível, eliminados completamente da dieta

Acúcar refinado está entre os ingredientes que precisam ser ingeridos com menor frequência para garantir a saúde do corpo – Freepik/ jcomp

Todos nós já sabemos o papel da alimentação no processo de fortalecimento do sistema imunológico, que é ainda mais importante no momento atual devido a pandemia do Coronavírus. Mas, afinal, quais alimentos comer? E quais não comer?

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“De forma geral, temos que aumentar a ingestão de alimentos in natura, aqueles obtidos de plantas ou animais que chegam ao consumidor sem terem passado por nenhum tipo de processamento. Nessa categoria se enquadram alimentos como frutas, legumes, verduras, hortaliças, grãos, nozes e ovos. São eles que provêm os nutrientes necessários para o bom funcionamento orgânico, como os ácidos graxos ômega-3, a vitamina C, os polifenóis e os carotenoides. Também devemos dar preferência às preparações caseiras”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

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“Mas alguns outros alimentos devem ter seu consumo minimizado ao máximo, pois podem favorecer o surgimento de uma série de doenças e prejudicar o bom funcionamento do sistema imunológico”, completa a médica, que, junto a um time de especialistas, listou os principais alimentos que devem ser evitados:

Gorduras não saudáveis

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O consumo de frituras de imersão e alimentos ricos em gorduras trans e saturadas deve ser evitado, pois pode prejudicar o organismo, favorecendo o aumento do perfil inflamatório e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. “Se sua dieta for estritamente rica em gordura saturada, seus níveis de colesterol no sangue serão mais elevados, assim como o risco de doenças cardiovasculares também aumentará. Da mesma forma, se você está acima do peso, também corre um risco maior de colesterol alto”, diz o médico nutrólogo e cardiologista Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “O grande problema dos altos níveis de colesterol no sangue está no fato de ser uma intercorrência silenciosa: o colesterol aumentado pode não causar sintoma nenhum, obstruindo as artérias aos poucos. Então, em alguns casos, a primeira manifestação da alta do colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para prevenir. Como é uma doença silenciosa, que quando se manifesta pode causar uma situação grave, a melhor política é a prevenção”, alerta a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Açúcares simples

Carboidratos, farinhas e açúcares são alimentos de alto índice glicêmico, ou seja, são rapidamente digeridos pelo organismo e transformados em glicose no sangue, provocando assim um pico de glicemia. “Para reequilibrar esse alto nível de glicose no sangue, o organismo aumenta a produção de moléculas que podem se transformar em radicais livres envolvidos em um processo denominado como estresse oxidativo, que desencadeia problemas ao ativar diversas vias inflamatórias no organismo e contribuir para a inflamação crônica”, explica o Dr. Juliano Burckhardt. E é sabido que pacientes sedentários ou obesos possuem marcadores de estresse oxidativo muito maiores que pacientes magros e ativos fisicamente. Isso explica a maior incidência de câncer, doenças cardiovasculares, infarto e hipertensão. “De forma geral, com um excesso de açúcar circulante, as respostas imunes são piores, os riscos de infecção por micro-organismos são maiores e os processos de recuperação e cicatrização são mais lentos”, afirma a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).

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Também tome cuidado com os açúcares escondidos. “Seja um comedor informado, conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais. Açúcares ocultos e ingredientes não saudáveis podem aumentar seu peso e piorar o perfil lipídico. Então fique longe de alimentos que contenham fontes escondidas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, afirma o Dr. Juliano.

Sal

O uso excessivo de cloreto de sódio é o principal fator alimentar que aumenta a prevalência de hipertensão arterial. “O excesso de sódio é um vilão porque contribui com o aumento de pressão arterial, que é um fator de risco para a doença aterosclerótica e problemas circulatórios, além de piorar a retenção hídrica. Se você tem uma dieta muito rica em sódio, você tem maior tendência a retenção de líquidos no organismo”, destaca a Dra. Aline Lamaita. Vale lembrar que o sódio também pode estar presente em alimentos doces ou sucos, uma vez que é utilizado para realçar o sabor.

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Refrigerante

O consumo de refrigerantes aumentou muito nesse período de isolamento social, principalmente entre crianças e adolescentes. “O refrigerante não possui nenhum valor nutricional positivo, sendo extremamente prejudicial ao organismo, já que pode favorecer o aparecimento de problemas como obesidade, diabetes, câncer, osteoporose, hipertensão e derrame. Isso porque, além de não ter nenhum nutriente essencial, o produto é rico em sódio, açúcar, aditivos químicos e calorias”, afirma a Dra. Marcella Garcez. Estudos apontam inclusive que o consumo de apenas dois copos de refrigerante por dia é suficiente para aumentar o risco de morte por diferentes causas. E não adianta investir nas opções zero açúcar, por exemplo, já que são formuladas com grande quantidade de sódio para mascarar o sabor ruim do adoçante usado para substituir o açúcar. “Basta observar o rótulo e você perceberá que todo produto que se diz light, diet ou zero, ou seja, que contém adoçante no lugar do açúcar, possui maior concentração de sódio quando comparado à versão normal do produto”, completa a médica.

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Ultraprocessados

Segundo a Dra. Marcella, os alimentos ultraprocessados são todos aqueles que não conseguimos identificar a composição, nem o que dá sabor e cor, sendo repletos de aditivos químicos e ingredientes sintéticos. “Esses alimentos geralmente trazem muitas calorias e pouco valor nutricional, o que contribui significativamente para doenças como obesidade e diabetes”, diz a nutróloga. Além disso, saiba que quanto mais calorias você ingerir, o que não é difícil através do consumo de alimentos ultraprocessados, maiores serão as chances de perda de memória. “A razão não é clara, mas um maior IMC (índice de massa corporal) na meia-idade está relacionado a problemas de saúde do cérebro mais tarde na vida. Como se não bastasse, os alimentos ultraprocessados, por serem mais inflamatórios, também aceleram o processo de oxidação do cérebro”, afirma o médico neurologista e neuro-oncologista Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Portanto, os alimentos processados devem ter seu consumo restrito. “Tome cuidado até mesmo com alimentos que se dizem ‘fit’, ‘light’, ‘zero’ e ‘diet’, pois, apesar de terem menos calorias, geralmente possuem um maior teor de produtos químicos adicionados”, explica o Dr. Juliano. O ideal então é eliminar esses alimentos e optar pelas opções in natura. “Já os alimentos minimamente processados, que são aqueles que receberam algum processamento apenas para facilitar o consumo e a conservação, podem ser inseridos em um plano alimentar adequado, desde que sejam boas escolhas”, completa a Dra Marcella.

Bebidas alcoólicas

A ingestão abusiva de bebidas alcoólicas é um dos grandes problemas desses tempos de pandemia, porque agrava as condições de saúde, sobrecarregando, por exemplo, o fígado, que é responsável pelo metabolismo de gordura. “Quando você bebe álcool, acaba adicionando mais uma tarefa na função desse órgão. Consequentemente, seu fígado não consegue processar a gordura de maneira eficiente, pois estará, também, trabalhando para expelir o álcool. Logo, ocorre a desaceleração do metabolismo, levando, inclusive, ao acúmulo de gordura”, explica a Dra. Marcella Garcez. “O álcool em excesso também provoca um aumento enorme na produção de radicais livres, favorece o estresse oxidativo, agrava o perfil inflamatório do organismo e também piora as respostas imunológicas”, afirma a Dra. Beatriz Lassane. Por favorecer a desidratação, o álcool, além de aumentar a incidência de câimbras e dores musculares, ainda pode fazer com que o organismo retenha mais líquidos. “Como resultado, ficamos mais edemaciados e a pressão vascular pode aumentar, o que contribui para o surgimento de problemas vasculares como varizes e trombose”, finaliza a Dra. Aline Lamaita.

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FONTES:

*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Nutrólogo e Cardiologista, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal, atuou e atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. O médico tem certificação Internacional pela Harvard Medical School, para tratamento da Obesidade. É diretor médico do V’naia Institute. Diretor Científico Brasil da European Academy of Personalized Medicine.

*DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA: Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557 http://www.alinelamaita.com.br/